Portugal, com uma segunda parte frenética, venceu este domingo o Chile, por 46-28, no fecho da 'main round' do Mundial de andebol, em Oslo, e confirmou a primeira posição e a Alemanha como adversário nos quartos de final.
Após ter chegado ao intervalo a vencer por 22-17, a seleção portuguesa, rápida nas transições e no contra-ataque, realizou uma exibição irrepreensível na segunda parte, que lhe permitiu chegar pela primeira vez aos 46 golos num Mundial.
Frente a um adversário sem pontos na 'main round' e com o regresso a casa já assegurado, Portugal entrou com um parcial de 3-0, com golos dos irmãos Francisco (2) e Martim Costa, e manteve-se quase quatro minutos sem sofrer.
Esteban Salinas foi o primeiro a descobrir o caminho para a baliza de Diogo Rêma (3-1), após o que ambas as seleções alternaram na concretização até que, com dois golos seguidos, Portugal passou para a vantagem de quatro aos 9-5.
A seleção chilena respondeu com um parcial de 2-0, por Rodrigo Salinas e Francisco Ahumada, reduzindo para 9-7, mas com golos do capitão Rui Silva e António Areia a diferença voltou aos quatro aos 11-7.
Em modo poupança, já a pensar no jogo dos quartos de final na quarta-feira, Portugal manteve o Chile a uma 'distância' confortável e quando falhava na finalização Diogo Rêma respondia na baliza.
O pivô Ricardo Brandão e o lateral Miguel Oliveira, que se estrearam a marcar em Mundiais, somaram minutos e para a história do encontro fica ainda o golo 1.000 em jogos da seleção em Mundiais alcançado por Martim Costa (13-9).
Aos 21 minutos, o Chile sofreu a contrariedade da exclusão do pivô Benjamim Illesca, que já representou o Boa-Hora, após falta defensiva, analisada com o recurso ao vídeo pela equipa de arbitragem composta pelos irmãos Konjicanin.
A seleção chilena reagiu bem ao contratempo e conseguiu um parcial de 3-2, levando o marcador aos dois de diferença (17-15) e que levou o selecionador Paulo Pereira a solicitar tempo técnico para corrigir as suas peças e quebrar o ímpeto dos sul-americanos.
O acerto ofensivo e defensivo voltou à seleção lusa, que, com golos de António Areia (2), Francisco Costa, Vitor Iturriza e João Gomes, chegou ao intervalo a vencer por cinco (22-17).
O equilíbrio, com golos alternados, rondou o início da segunda parte, até aos 25-22, após o que os 'heróis do mar' descolaram com um parcial de 5-2, que lhes permitiu passar para os 30-24 e chegar à vantagem de seis pela primeira vez no encontro.
Um 'apagão' na segunda parte, aos 30-25, por culpa das transições letais de Portugal, com Gustavo Capdeville em bom plano na baliza, levou a que o Chile estivesse quase 10 minutos sem marcar, enquanto a seleção lusa alcançou um parcial de 9-0 (39-25).
Na parte final, Portugal 'brindou' outra vez a seleção chilena com um parcial de 7-3, que lhe permitiu fechar o jogo aos 46-28, e validar a passagem aos quartos de final na primeira posição do Grupo III da 'main round'.
Este tornou-se no jogo com mais golos de Portugal numa fase final de um Mundial, superando o anterior registo (42-20), frente à Austrália, em 2003, quando a competição foi disputada em solo luso.
Com nove golos, o lateral Francisco Costa, que com o guarda-redes Diogo Rêma está entre os sete nomeados para o melhor jogador sub-21 do Mundial, foi o melhor marcador luso, enquanto Erwin Feuchmtann, com oito, foi o concretizador de serviço no Chile.
Na quarta-feira, Portugal vai disputar com a Alemanha, segunda classificada do Grupo I, atrás da tricampeã mundial Dinamarca, a passagem às meias-finais do Mundial, no qual assegurou já a sua melhor classificação de sempre.