Repetir o terceiro lugar de 2023 não seria fácil para Marco Bezzecchi. Mas, a verdade, é que a temporada ficou muito aquém das expectativas mais pessimistas depois dos resultados do ano passado.

O piloto decidiu manter-se na Pertamina Enduro VR46, recusando a possibilidade de rumar à Prima Pramac e ter a versão mais atual da Ducati. A Desmosedici GP23 foi dominadora em 2023 e também lhe deveria assegurar a chance de lutar por bons resultados.

Faltou «sintonia» com a Ducati Desmosedici GP23

Porém, nunca foi assim. Para além de ser uma moto menos competitiva do que a GP24, Bezzecchi raramente conseguiu domá-la – tendo sido uma adaptação difícil que nunca conseguiu fazer na plenitude. A consequência? Um ano de altos e baixos e de resultados muito aquém do potencial antes demonstrado.

Depois de um começo complicado, em que nunca entrou na luta pelo top cinco nas três primeiras rondas, o rumo parecia estar a inverter com o terceiro lugar em Espanha. No entanto, esse acabou por ser o único pódio do #72 em todo o ano.

O fim do top dez foi o lugar habitual de Bezzecchi, e algumas vezes até essa zona da classificação falhou. Também foi batido, de forma consistente, pelo novo colega de equipa – Fabio Di Giannantonio.

Ainda assim, «Bezz» conseguiu aproveitar as oportunidades que teve para fazer algumas prestações com maior brilho – destacando-se o quarto lugar no GP da Emília Romanha. As qualificações, e em consequência as corridas Sprint, foram também problemas para o piloto – que, aos sábados, apenas pontuou em seis de 20 rondas.

Contas feitas, 12.º lugar. Muito longe do que se esperava por parte de Bezzecchi, duas posições atrás do colega Di Giannantonio, e como o pior entre os pilotos Ducati. Foi assim o ano de despedida da VR46, antes de rumar à Aprilia para ser piloto de fábrica pela primeira vez em 2025.

O ponto forte

Mesmo numa temporada árdua e com poucas prestações memoráveis, Marco Bezzecchi teve os seus pontos fortes. Nunca deixou de se empenhar em busca de um melhor rendimento com a GP23, e acabou premiado com um terceiro lugar e outros três resultados de top cinco – dois deles em casa, no circuito de Misano.

O ponto fraco

Desde o primeiro teste que Bezzecchi sofreu muitas dificuldades para ser competitivo com a GP23. Apesar de sentir diferenças consideráveis na moto entre o começo e o fim do ano, não foi suficiente para melhorar o desempenho. Nunca se sentiu bem e confortável na moto, o que prejudicou, naturalmente, os resultados.

Melhor momento

O terceiro lugar no GP de Espanha foi, sem qualquer margem para dúvida, o ponto alto da época de Bezzecchi. Acabou por ser o único pódio de uma temporada na qual esperava estar bem mais regularmente na luta por essas posições.

Pior momento

Depois do GP de Espanha, Bezzecchi atravessou uma das sequências de resultados menos positiva do ano: dois abandonos, um 11.º posto e um 13.º entre os GP de França e dos Países Baixos, período que abrangeu uma das suas rondas caseiras – o GP de Itáia em Mugello.