O Ministério Público de Marselha pediu esta segunda-feira um ano de prisão para o médico colombiano Fredy Gonzales Torres, que terá ajudado ciclistas da Arkéa-Samsic a doparem-se, entre os quais estava o colombiano Nairo Quintana.
A procuradora Marion Chabot considerou que este caso foi além do conjunto de provas recolhido e, por isso, pediu "uma pena de prisão de um ano, com pena suspensa, uma multa de 5.000 euros e uma proibição de cinco anos de qualquer atividade relacionado com desporto".
O advogado do médico realçou que nenhum produto dopante foi apreendido e, como tal, requereu que Fredy Gonzales Torres fosse absolvido no dia da leitura da sentença final, marcada para 02 de abril.
Em 2020, a Arkéa-Samsic, que tinha participado na Volta à França, confirmou que um número "muito reduzido de ciclistas" foi alvo de buscas no hotel por suspeitas de doping, que não eram dirigidas diretamente à equipa ou ao corpo técnico.
A procuradoria de Marselha abriu, então, a investigação após a "descoberta de vários produtos de saúde, incluindo drogas (...) e especialmente de um método que pode ser qualificado como doping" em buscas realizadas em 16 de setembro.
Segundo a imprensa francesa, a investigação foi aberta por suspeitas de "administração e prescrição a atleta de substâncias ou métodos proibidos, sem justificação médica", bem como por "transporte de produtos proibidos".
Na Volta a França de 2020, a equipa francesa do escalão ProTour colocou Warren Barguil no 14.º lugar final e o colombiano Nairo Quintana, alegadamente o principal suspeito, no 17.º.
O semanário Le Journal du Dimanche noticiou na altura que a polícia investigou o quarto de Quintana e do seu irmão Dayer, o do compatriota Winner Anacona, bem como o dos massagistas e alguns veículos.
Vencedor da Volta a Itália em 2014 e da Volta a Espanha em 2016, Nairo Quintana foi desqualificado da Volta a França em 2022, na qual tinha conseguido o sexto lugar, após ter sido descobertos no sangue traços de Tramadol, um anestésico interdito por o regulamento médico.