
Os penáltis foram o clímax de uma eliminatória em que reinou a intensidade, a qualidade e o equilíbrio. Depois de 3-3 em 120 minutos e 5-5 em 270, ao longo das duas mãos, as grandes penalidades penderam para o lado da Espanha, que eliminou os Países Baixos por 5-4 no desempate derradeiro para carimbar passagem à final four da Liga das Nações.
Foi logo ao minuto 8 que, da marca de penálti, Oyarzabal, da marca de grande penalidade, bateu sem dar hipóteses a Verbruggen. Assim, logo a abrir, a seleção espanhola encontrava-se em vantagem no marcador, mais tranquila e a conseguir imprimir o estilo de jogo rápido e ágil que tanto sucesso deu no Campeonato da Europa e até chegaram ao segundo, mas o marcador do primeiro golo estava fora de jogo no momento do passe de Yamal.
Os Países Baixos lá conseguiram estabilizar no último quarto de hora, não sem deixar de sofrer com as investidas de Yamal e Nico Williams, mas finalmente conseguiram incluir Memphis Depay, Gakpo e Kluivert nas jogadas de ataque. Ainda assim, la fúria roja ia-se revelando difícil de estancar e, no final da primeira parte, a vantagem anfitriã justificava-se. Os comandados de Ronald Koeman olearam a laranja mecânica, cresceram no início do segundo tempo e, aos 54', uma grande penalidade permitiu que Depay empatasse. Foi, porém, sol de pouca dura: 13 minutos depois, a bola sobrou na área neerlandesa e, com um cabeceamento certeiro, Oyarzabal voltou a festejar no Estádio Mestalla.
Era jogo de parada e resposta, com tentativas de golo de um lado e de outro, já muito equilibrado e com os Países Baixos a tentarem crescer na nova busca pela igualdade. Com dificuldades em conseguir algo novo no momento de ataque, Koeman colocou Noa Lang, para ir no 1 para 1, e Xavi Simons, para ganhar definição. Uma aposta totalmente certeira: um minuto depois de entrarem, o primeiro bailou e o segundo, à entrada da área, soltou Ian Maatsen, que voltou a empatar a eliminatória. Tal como na primeira mão, o jogo chegava aos 90 minutos com 2-2 no marcador. Mas agora, tinha de haver um vencedor. E a nova geração decidiu assumir, mesmo sem chegar logo a uma conclusão.
Foi ao minuto 103 que, depois de um passe sensacional do central Dean Huijsen, de 19 anos, Lamine Yamal fez magia. Ele que tanto tentou, com dribles e remates parados por Verbruggen, cortou para o meio e, com um belo disparo, fez o 3-2. Mas, mais uma vez, pela terceira vez no jogo e pela quarta na eliminatória, os Países Baixos voltaram a recuperar do prejuízo. Agora, novamente da marca dos 11 metros, foi Xavi Simons, de 22 anos, que, mesmo permitindo a Unai Simón adivinhar o lado, não deu hipótese de defesa.
Só nas grandes penalidades é que o jogo seria decidido e, depois de seis conversões seguidas, Noa Lang atirou à trave, mas Lamine Yamal, com hipótese de colocar os espanhóis na frente, permitiu defesa de Verbruggen. Unai Simón voltou a agigantar-se, para parar remate de Malen e Pedri, com a decisão nos pés, marcou o melhor penálti da noite.
Muito futebol, muita emoção, jogos equilibrados, abertos e apontados às balizas. 5-5 na eliminatória, que nunca esteve a mais de um golo de distância para qualquer um dos lados. A Espanha acabou por mostrar ter mais qualidade no momento decisivo e a campeã da Europa continua na luta por mais um título. A adversária na meia final é a França, que eliminou a Croácia também nos penáltis.