José Pereira afirmou, na sessão da abertura do Fórum de Treinadores da ANTF, que este será o último evento que irá liderar na qualidade de presidente desta associação de treinadores portugueses. O dirigente, que está à frente da organização desde 1999, com um breve interregno, revelou ainda aos jornalistas quando serão as eleições para escolher o seu sucessor. 

"Não vou sair já, porque nós temos uma Assembleia Geral para fazer e apresentar as contas aos nossos associados. Depois, no final de maio, concretamente no dia 30, faremos o nosso congresso onde, naturalmente, também se farão as respetivas eleições", revelou José Pereira, de 73 anos, salientando que a convocatória "será publicada" em breve: "Nós herdámos dois sindicatos que estavam desalinhados um do outro, formámos esta associação com 500 associados e, neste momento, temos 8.840 associados, portanto a nossa representatividade exige também dos organismos oficiais um maior respeito pela instituição."

Na mesma sessão de abertura, Pedro Proença afirmou que José Pereira irá ter um lugar nos quadros da FPF em breve. Porém, o líder da ANTF realçou que foi apanhado de surpresa. "Muito sinceramente, não sei que cargo é, o Pedro Proença nunca falou comigo, é uma novidade para mim. Aguardarei, naturalmente, pela altura própria em que ele me convide oficialmente e me diga o que pretende e se eu terei a disponibilidade necessária", afirmou José Pereira, prosseguindo: "Ele é muito exigente e também exige muita disponibilidade e muita vontade. Não sei se estarei à altura daquilo que ele está a programar ou a projetar. Abertura de mais cursos? Não há dificuldade em ter mais vagas."

"40 anos na ANTF? É uma vida... comecei muito novo, com figuras como José Maria Pedroto, Fernando Vaz ou Manuel Oliveira, foram sempre aqueles mais atrevidos relativamente à constituição da nossa organização. Estive muitos anos a treinar e dedicado à associação, portanto, em determinada altura, pensámos que devíamos ter um treinador a exercer as forças de Presidente de uma forma objetiva, clara e determinada", detalhou José Pereira, sobre uma carreira sempre ligada ao futebol português: "Lançaram-me um repto e, na altura, foi difícil de aceitar isso, porque, quando se é treinador, não se quer ser outra coisa. Foi um pouco difícil. Agora também está na altura de dar lugar aos outros, de dizer que chega e que, naturalmente, estarei sempre disponível para a Associação Nacional de Treinadores de Futebol. Em outras funções que não é a presidência da direcção e que ocupa determinado tempo."