O Sporting oficializou esta sexta-feira a renovação de contrato de João Simões, confirmando-se a informação que Record avançou a 8 de março. O novo vínculo do médio de 18 anos vigora até 2030 e contempla uma cláusula de rescisão de 80 milhões de euros.
"É uma grande felicidade. Faz-me lembrar quando era sub-14 e tinha o sonho de chegar à equipa principal. Renovar contrato com este clube é um sentimento muito forte e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade enorme. Por isso, estou muito feliz e vou continuar a trabalhar", começou por dizer, aos meios do clube.
Aos 18 anos, depois de já ter completado dois grandes objetivos pessoais com a chegada à equipa principal dos leões e a conquista do título nacional, o centrocampista está apostado em "continuar a conquistar títulos, ganhar jogos e mostrar trabalho". "Todos sabemos que o Sporting é um clube muito grande, com uma história enorme. Por isso, é querer sempre mais. Conquistámos algo histórico e queremos continuar esse caminho. Sabemos o que temos de demonstrar sempre que entramos em campo com este equipamento, com este símbolo ao peito. Sabemos que temos de dar tudo pelo nosso clube, pelos nossos adeptos. Por isso, é melhorar o que ainda há para melhorar", apontou.
Integrante da geração de 2007, como Geovany Quenda ou Eduardo Felicíssimo - João Simões assume que o segredo desta fornada de jovens talentos da formação verde e branca reside na "alegria a jogar" e na "responsabilidade" de cada um. "Entrar em campo com este símbolo e este equipamento exige dar tudo. Foi o que sempre fizemos: dar tudo pelo Sporting e ser felizes em campo, que é o mais importante", completou.
Das viagens de autocarro com Gabriel Silva à aprendizagem com a "difícil" lesão
O algarvio, oriundo de Portimão, chegou ao Sporting com somente 11 anos. Ao recordar o que trilhou desde então assume que "é de loucos", até porque "passou tudo muito rápido". "Há um tempo estava a entrar na Academia, pequenino. Estava o senhor Aurélio [Pereira] a receber-me, a doutora Aida [Ramos, do gabinete de psicopedagogia da Academia] a cuidar de mim, a dizer-me para estudar e tirar boas notas. E agora estou a ficar mais velho. Não digo ainda um homem, porque ainda sou jovem, mas cheguei aqui um menino e estou a crescer. Sou muito feliz aqui. O Sporting tem-me dado tudo e tenho de retribuir em campo", lembrou, com palavras para... o seu eu mais jovem: "O que lhe quero dizer é: ainda bem que ele não desistiu e conseguiu chegar onde sempre sonhou".
Para chegar onde chegou, o médio destaca a ajuda dos pais e, ainda que de pés no chão, não esconde a ambição. "Os meus pais dizem-me sempre duas coisas: que seja feliz e que tenha juízo. Tenho de aumentar sempre a fasquia e, por eles, tentar melhorar", admitiu, reforçando: "Quero muito mais. Quero melhorar. Sei que já conquistei algo muito bom, mas também sei que ainda falta muito para chegar onde quero e para fazer uma grande história no Sporting. Por isso, quero continuar a trabalhar. E, com calma, tudo vai ao sítio".
"A base familiar é muito importante. Tenho um irmão mais velho que também joga futebol, por isso andei sempre com os mais velhos. Isso obrigou-me a crescer mais depressa. Além disso, tive de começar a viajar muito novo, aos 11 ou 12 anos, do Algarve para Lisboa com o Gabi [Gabriel Silva], de autocarro. Tudo isso fez-me crescer e amadurecer. A base familiar foi fundamental para ter essa tal maturidade", acrescentou.
Plenamente recuperado de uma fratura do quinto metatarso do pé direito, sofrida em fevereiro frente ao Dortmund, na Liga dos Campeões, Simões trabalha em Alcochete às ordens de Rui Borges. Os meses em que esteve de fora, assume, foram "difíceis"... mas importantes. "Já são alguns meses fora. Foi uma aprendizagem importante, apesar de difícil. Mas a fome continua, talvez até maior. Por isso, só quero que comece a nova época para poder ajudar o nosso clube e a nossa equipa", reconheceu, fechando com uma mensagem para os sportinguistas: "Posso prometer trabalho e compromisso com este clube. Vou dar sempre tudo em campo, por este equipamento, por este símbolo e pelo título de campeão que temos ao peito".