Fernando Santos estava chocado. «Só penso na família, resta-me rezar muito por ele». Na conversa com A BOLA, o antigo selecionador nacional recordou um «grande jogador», mas acima de tudo «uma excelente pessoa».

«Nestas alturas até é difícil estar a falar do futebolista, pois isso não é o mais importante», disse o atual selecionador do Azerbaijão. Mas tem bem presente na memória tudo o que o avançado lhe deu. A si, como selecionador, e a Portugal. «Ele estreou-se comigo aos 22 anos. Estava tapado pelo melhor jogador do mundo [Cristiano Ronaldo] mas encontrou sempre o seu espaço. O mérito foi dele», prosseguiu, lembrando que no Europeu de 2020 colocou-o numa frente de ataque com CR7 e Bernardo Silva.

«Ele tinha uma paixão enorme pela Seleção», observou Fernando Santos, que conquistou uma Liga das Nações (2019) recordando um gesto que nunca se esquecerá: «Ele não pôde ir ao Mundial do Qatar porque se lesionou mas fez questão de ir ter connosco, esteve com a Seleção no estágio e foi aos nossos jogos. Isso foi uma iniciativa dele.»

Elogiando a «relação com o golo» que ele tinha, o treinador campeão da Europa em 2016 pretende no entanto deixar como últimas palavras as qualidades humanas de Diogo Jota, um futebolista com quem conseguia ter conversas que não eram só sobre futebol. «Recordou-me bem quando o visitei em Liverpool quando ele estava lesionado. Era um momento complicado para ele, mas gostei muito dessa conversa. Agora só consigo pensar na sua família, na esposa e nos três filhos que deixa.»