
Villas-Boas fala de um sentimento de «insatisfação e revolta» pela época do FC Porto no editorial que assina na Revista Dragões. «A época ficou aquém das expectativas que sempre temos para o nosso clube. O compromisso de trabalho sério, rigoroso, com foco nos resultados, a ambição e o compromisso com a vitória não se fizeram sentir de uma forma transversal e os resultados não apareceram. Temos que assumir, sem rodeios, que a época de 2024-2025 foi, no seu todo, frustrante, apesar da conquista de supertaça Cândido Oliveira. O balanço desta época é, portanto, de insatisfação e revolta, pelas expectativas goradas, pela inconsistência, por nunca termos sentido a confiança para alcançar as vitórias que nos colocassem no lugar que devemos ocupar», apontou.
Para o líder portista é fundamental sinalizar ao detalhe o que correu mal, falando ainda sobre a saída de Martín Anselmi: «É fundamental identificar os problemas que nos impedem de atingir esses objetivos, fazer o devido diagnóstico, desenhar e executar um plano que nos vai permitir alcançá-los. No FC Porto, a exigência e o compromisso com a vitória são inegociáveis e é por isso que estamos a dar início ao processo de renovação funcional e organizacional da área desportiva, que levou à saída do treinador Martin Anselmi, a quem desejamos as maiores felicidades na continuação da sua carreira.»
Apesar da época frustrante, Villas-Boas destacou a conquista do Europeu de sub-17 por cinco jogadores do clube e da Liga das Nações com o contributo de «Diogo Costa e Mora», além da subida da equipa feminina de futebol à II Divisão e dos êxitos alcançados no hóquei patins (bicampeonato), elogiando o esforço feito pelas equipas de basquetebol, andebol e voleibol.
«Atos bárbaros» na capital
Reforçou, contudo, a sua condenação à emboscada de que foram alvo cinco adeptos do FC Porto perto do pavilhão do Sporting depois de um jogo de hóquei patins, onde uma viatura ficou carbonizada e duas pessoas foram assistidas no hospital. «Atos bárbaros e cobardes que ocorreram contra cinco jovens portistas que se deslocaram em Lisboa para apoiar a sua equipa de hóquei em patins contra um dos seus rivais. Ficámos-nos estarrecidos e sem palavras. Até hoje não percebemos como um grupo de mais de 20 indivíduos que se passeiam de cara tapada por uma cidade europeia organiza e promove uma emboscada em que atenta contra a vida de pessoas», criticando a cobertura mediática feita ao caso. «Para muitos, o tema já se esqueceu. Pois para nós, não», proclamou.