Foi uma reta final difícil para o Ajax. O clube de Amesterdão entregou o título de campeão neerlandês ao PSV, depois de ter perdido uma vantagem na liderança que chegou a ser de nove pontos a cinco jornadas do fim.

O Ajax conseguiu o segundo lugar e o acesso à fase de liga da UEFA Champions League, mas não chegou para Francesco Farioli continuar como treinador. A decisão do italiano surpreendeu os responsáveis do Ajax. 

Em entrevista à ESPN, Farioli explicou o que o levou a deixar o Ajax

«É difícil. Não é o que quero, mas acho que é necessário para o Ajax. A emoção e as lágrimas das últimas 24 horas dizem tudo. Foi um dia emocionante, mas os meus pensamentos estavam a frio. Vi o filme da época a assombrar a minha cabeça», começou por apontar. 

«Os objetivos do clube e os meus eram os mesmos, mas tínhamos ideias e visões diferente de como alcançá-los. Era difícil mudar tudo de uma vez, então achei melhor mudar uma coisa. E essa coisa era eu», acrescentou. 

Dificuldades económicas e futebol de ataque 

Farioli assumiu que não recebeu todos os pedidos por falta de recursos financeiros. 

«Conhecia as dificuldades. Quando se tem centenas de milhões é fácil conversar. Mas quando se tem pouco dinheiro, é preciso ser criativo. Queríamos continuar juntos, mas as coisas tinham de mudar. Se isso não fosse possível, o clube teria de ter um novo piloto», disse, agradecendo aos responsáveis do Ajax. 

«Trouxeram-me para aqui. Fizeram uma escolha corajosa. Foram muito criticados. Futebol bonito? Todos querem vencer com um futebol bonito e com muitos golos. Isso é claro. Se houvesse uma receita para vencer todos os jogos com muitos golos, então também a faria. Mas o importante é como encaras isso com os jogadores que tens», atirou. 

Para Farioli, a saída era a única opção: «Sou uma pessoa que procura sempre a solução. Mas essas soluções não eram possíveis. Disse que o meu desejo era voltar no dia 26 de junho com a mesma garra de antes, mas se não o sentia, talvez não fosse a pessoa certa para liderar um clube tão grande.»