
As portuguesas Anna Luiza Carvalho e Inês Dubini acabaram esta quarta-feira a final de dueto livre no 13.º lugar, nos Europeus de natação artística a decorrer no Funchal, após competirem afetadas por doença.
As duas jovens de 19 anos do Fluvial Portuense, que foram avaliadas antes da prova pelo departamento médico devido a doença, acabaram com 155.1696 pontos, 62.6696 pela execução e 92.5000 na impressão artística, sem forças para evitar o último lugar entre as duplas que competiram.
As italianas Lucrezia Ruggiero e Enrica Piccoli venceram, com 250.6683 pontos, e sagraram-se campeãs da Europa, com as espanholas Iris Tió Casas e Lilou Lluis na prata, com 248.3325, e as alemãs Klara Bleyer e Amelie Blumenthal no bronze, com 237.0950.
O dueto português apresentou uma coreografia acompanhada por música da saga cinematográfica "Matrix", sofrendo várias penalizações quanto a dificuldade e sincronia, que baixou bastante a nota de execução.
"Passaram mal a noite. Não estavam prontas, sequer, para o aquecimento com música. Foram avaliadas pelo médico, que colocou a hipótese de não competirem. (...) Decidimos que competissem, mas não correu como queríamos", disse à Lusa a treinadora, Sílvia Pinto.
A técnica explicou que apesar de se terem sentido melhor após medicação, numa modalidade assente no equilíbrio e constantes rotações, as nadadoras que orienta estavam "fracas muscularmente" e com "sensação de enjoo", mas decidiram competir, mesmo com a consciência de que pontuariam "bastante abaixo do que são capazes", para ganhar experiência e compreender melhor o corpo.
"Quisemos competir porque são muitos meses de trabalho para dois minutos e 50 de competição. Acho que, no fundo, também ganhamos essa experiência. Sabemos, no futuro, quando acontecer algo do género, como o corpo delas vai reagir. Temos de ponderar melhor se competimos ou não. São tudo aprendizagens", destacou Sílvia Pinto.
Na segunda-feira, Carvalho e Dubini já haviam logrado o nono lugar em dueto técnico, resultado mais próximo das suas capacidades, encerrando hoje a estreia em campeonatos da Europa sénior.
"No final do técnico, estávamos cheias de vontade de trabalhar, fazer melhor. Temos de procurar uma melhor estrutura para conseguirmos evoluir. Não basta só treinar mais, em quantidade, mas treinar melhor em qualidade, [de forma] mais eficiente, mais eficaz", analisou.
Fazendo balanço positivo da experiência para o futuro, sobretudo tendo em conta o nono lugar no técnico, e face à juventude de Dubini e Carvalho, reforçou a crença na importância de "continuar a trabalhar", não só "mais horas, mas mais horas e com qualidade", sublinhando a necessidade de outra base de trabalho e recursos para a dupla.
No Complexo Olímpico de Piscinas do Funchal, Portugal encerra hoje a sua participação no Europeu, que decorre até quinta-feira, com o dueto misto livre composto por Filipa Faria e Daniel Ascenso, que logrou o quinto lugar na edição de 2024.