Europeus de Atletismo: «Normalmente, ficaria muito chateada...», admite Auriol Dongmo sobre o bronze

Lançadora do peso terminou no 3.º lugar em Apeldoorn, depois de dois ouros em pista curta, mas afirmou-se «feliz» com o pódio

Auriol Dongmo (à direita) subiu ao pódio para receber o bronze · Ricardo Costa

Auriol Dongmo confessou-se muito feliz com conquista da medalha de bronze no lançamento do peso nos Europeus de pista curta, em Apeldoorn, Países Baixos, mas reconhece que é o resultado possível após a lesão e a gravidez que a afastaram da competição em 2024.  

Apesar de longe dos 20,43 metros do seu recorde nacional (2022), a portuguesa obteve a melhor marca do ano, com 19,26 metros, que lhe garantiu o terceiro lugar do pódio, atrás da neerlandesa Jessica Schilder, campeã europeia (20,69), e da alemã Yemisi Ogunleye (19,56). 

«Estou muito feliz com a marca e pelo terceiro lugar. O objetivo era chegar ao pódio. Pensar em ganhar era muito exagerado. Depois de uma grave lesão e de uma gravidez, tenho de voltar pouco a pouco. Este era o objetivo e foi o que consegui fazer», assegurou a lançadora, de 34 anos, que regressou após longa ausência devido a fratura de uma perna, que a impediu de competir nos Jogos Olímpicos Paris-2024. 

Todavia, a campeã europeia em pista curta em Torun-2021 e Istambul-2023, e ainda campeã mundial em Belgrado-2022 e medalhada de prata ao ar livre em Munique-2022, reconhece a adequação dos seus objetivos em Apeldoorn às contingências decorrentes da grave lesão. «Toda a gente sabe que eu gosto é de medalhas de ouro. Mas esta também me agrada muito. Normalmente, ficaria muito chateada com isto, mas, graças a Deus, consegui subir a este pódio». 

No final, um lamento, pelo desfecho da competição para a compatriota Jessica Inchude, que, depois do quarto lugar em Istambul-2023, terminou no quinto posto.

«Estou um bocado triste pela Jessica, porque ela merece subir a um pódio. Este resultado tem um sabor um pouco amargo, mas, na altura certa, ela vai subir ao pódio. Também ontem [sábado] fiquei pela [Eliana Bandeira], que também merece uma final». 

Inchude lançou a 18,91 metros, no segundo ensaio, tendo permanecido no quarto lugar até ao arremesso de Roos, a 19,11. «Tem um sabor mesmo agridoce. Comecei bem a final e, como eu disse ontem [no sábado], ninguém tinha dado o máximo [na qualificação]. Mesmo tendo ficado em terceiro [na qualificação], ainda melhorei [a marca], acabei por ficar em quinto, porque me passaram no último lançamento…e é assim. Quando é que vai ser o meu dia?», desabafou.