
Miguel Cardoso admite que não tem acompanhado com rigor o campeonato português, mas sublinha que «o Sporting foi um justo campeão», mesmo que sinta que a competição poderia ter tido mais qualidade.
«Acompanho pouco, confesso, porque o volume de trabalho que tenho no meu dia-a-dia não me permite usar o meu tempo para ver muitos jogos em Portugal, mas vou acompanhando e conversando com amigos em função daquilo que vai acontecendo. Sinto que o campeonato foi de facto um campeonato fraco este ano em Portugal. Por diversas razões, não me compete a mim estar a falar, mas o FC Porto esteve em processo de restruturação, o Sporting também, de certa forma, com a saída do Ruben Amorim. As lideranças fortes são sempre difíceis de serem ultrapassadas e isso sente-se.»
Sobram elogios ao SC Braga.
«Era importante que o SC Braga se afirmasse ainda mais. Creio que o SC Braga está num ponto de maturação, naquilo que é o crescimento sustentável do clube, extraordinário. Moro muito perto do estádio da Pedreira, trabalhei três anos no Sporting Clube do Braga, acompanhei esse crescimento a partir de dentro também. O pré-Salvador e depois todo o trabalho do presidente Salvador. O SC Braga pode claramente fruto da consistência do trabalho das suas agentes e as instalações que vai construindo... pode, acredito que num espaço de tempo mais ou menos curto, ser campeão, como assumiu o seu presidente recentemente», diz.
E neste amor minhoto cabe o outro gigante: «Era muito bonito conseguir que o Vitória de Guimarães chegasse a esse ponto. É um clube pelo qual tenho uma simpatia muito grande. Nunca o disse publicamente, mas mas eu podia ter sido treinador do Vitória de Guimarães. Não aconteceu, mas podia ter sido.» Quando? Miguel Cardoso explica: «Duas vezes no período em que eu estava no Rio Ave, podia ter acontecido. Mas depois apareceu o Nantes, não interessa eentrar nos detalhes, mas teria sido naturalmente também prestigiante e de grande satisfação, é um clube pelo qual eu tenho uma simpatia muito grande.»
E tem também ligação antiga: «As pessoas não sabem, mas o meu pai foi treinador do Vitória de Guimarães de voleibol e foi treinador dos juniores em futebol também. Vivi a minha infância muito em Guimarães e moro em Braga, adoro as duas cidades. Se calhar consigo viver o melhor das duas coisas. Enfim, era bom ver o Vitória a crescer, a afirmar-se também, porque merece.»