Atual 5º classificado da poderosa Bundesliga e primeira equipa da atual Liga dos Campeões a deixar cair a possibilidade de avançar para a fase eliminar - incluindo playoff - neste novo formato, o RB Leipzig - oficialmente RasenBallsport Leipzig, mas informalmente conhecido por Red Bull Leipzig - é hoje baluarte do futebol da Saxónia e principal representante da modalidade na Alemanha de Leste. Se foi fácil chegar até aqui? De todo... Bull, Dietrich Mateschitz passou três anos e meio em busca de um casulo perfeito para criar essa borbuleta competitiva: aconselhado por Franz Beckenbauer a entrar na roda alemã, o dirigente lançou-se sobre o modesto FC Sachsen Leipzig - ex-BSG Chemie Leipzig -, mas quando proposto o nome de FC Red Bull Sachsen Leipzig à DFB (Associação de Futebol Germânica), está recusou-o, perante o medo que a influência das grandes empresas pudessem adquirir no futebol. Os adeptos locais também não ficaram satisfeito, partiram para 'manifs' e até acenaram... com violência. Acabou dissolvido, por falta de condições financeiras, em 2011.
Tentou-se, então, o Hamburgo, o St. Pauli, o TSV 1860 Munique e até o Fortuna Düsseldorf, mas as imposições federativas foram - sempre - falando mais alto, além da pouca abertura ocidental. Era altura de voltar, então, ao ocidente, onde, após meses de negociações, o tal SSV Markranstädt aceitou vender a sua licença - tudo indica, pese falta de documentação pública - ao grupo Red Bull a troco de 350 mil euros, criando-se o atual RasenBallsport Leipzig.
Um projeto a 10 anos... rapidamente antecipado
O RB Leipzig disputa, então, o seu primeiro jogo a 10 de julho de 2009 (contra o SV Bannewitz, na Landesliga) e em apenas sete anos, conseguiu passar do quarto escalão do futebol alemão para a Bundesliga - lá chegou em 2016 -, tendo a sua melhor classificação em 2020/21, com um segundo lugar, atrás do hegemónico Bayern Munique.
Títulos? Além dos que lhe permitram subir de divisão, é, ganhou duas Taças do país consecutiva (2021/22 e 2022/23), além da Supertaça, em 2023. Foi, além disso, ganhando seguidores sem olhar a idade, numa cidade inovadora, em crescimento e que ganhou com o futebol na Red Bull Arena - um dos estádios do Mundial'2006 - uma vida ainda mais dinâmica. Adidas, Nike e Puma quiseram associar-se ao clube, mas também a Hugo Boss e a Porsche não quiserem ficar de fora de uma história de sucesso, com assistência média em recinto já acima dos 40 mil espectadores por jogo. Na quarta-feira, podiam ser mais, mas o Sporting está, devido ao uso de pirotecnia, proibido de levar adeptos para a zona dos visitantes.
Os milhões investidos são já a perder de vista: 30 deles foram para a construção da academia, mas outros para a chegada de futebolistas de nome, como Xavi Simons. Na frente, há um nome a temer, Benjamin Sesko, avançado que a par de Gyökeres - dizem - está na lista de alvos do Arsenal. Até lá anda - como em todo o lado -, um português, o avançado André Silva. Que história!