Todos aqueles que acompanham futebol têm algumas noções sobre as regras que os jogadores e as equipas têm de seguir no que diz respeito aos equipamentos de jogo, a começar pela necessidade de distinguir uma equipa da outra. Mas que tamanho podem ter os emblemas, que cores podem figurar nas costas da camisola ou o que é que se pode usar à chegada e à saída do estádio?

São algumas dessas curiosidades que A BOLA lhe deixa, com base na mais recente atualização feita pela FIFA aos regulamentos do código de vestuário para as competições que tutela. Um documento com mais de 100 páginas que pretende deixar claro aquilo que se pode... e não pode fazer.

As cores, os padrões e particularidades das camisolas

As camisolas são o principal fator de diferenciação entre equipas, e a FIFA deixa isso bem claro. «As cores usadas devem contrastar suficientemente para que sejam distinguidas para árbitros, jogadores, equipas técnicas, media, espectadores no estádio e espectadores de transmissões televisivas», diz o regulamento, que também explica que as aberturas das golas não podem ter mais de cinco centímetros e os calções não podem ter cordões que possam ser puxados.

Voltando às cores, há várias questões a ter em consideração. O contraste deve aplica-se não só aos equipamentos das duas equpas em jogo, mas também entre os equipamentos principais e secundários de cada clube. Têm de ter uma cor dominante ou uma divisão geométrica de cores, não podem ter um segundo equipamento com cores predominantemente escuras ou claras se já tiver um primeiro assim e não se pode confundir com as cores usadas pelo guarda-redes. Caso uma camisola tenha duas cores, a parte de trás tem de manter ambas as tonalidades na parte de trás ou optar pela mais clara.

Nas camisolas deve figurar o símbolo da equipa, bem como a marca do fabricante. O primeiro não pode exceder os 100 centímetros quadrados e o segundo os 20. Também podem aparecer patrocinadores, mas «apenas de uma marca geral ou de um produto» e não podem conter qualquer menção a tabaco, bebidas alcoólicas com volume superior a 15% de álcool, pornografia ou quaisquer conteúdos adultos. Ou seja: em competições da FIFA, o Washington Square FC, equipa amadora dos Estados Unidos, não poderia usar esta camisola...

Os calções têm de ter cor única predominante e mostrar o número do jogador. As meias podem ter um padrão geométrico, mas que se prolongue por toda a meia e têm de seguir as cores que já existem na camisola ou nos calções. Caso haja um total de três cores predominantes entre a camisola e os calções, esta tem de manter um ou dois dos tons ou da parte de cima do equipamento.

Além do equipamento... os acessórios

Camisolas, calções e meias são o básico do equipamento de um jogador, mas chuteiras e caneleiras são também essenciais e, para muitos, luvas e até bonés, no caso dos guarda-redes, são elementos possíveis de utilizar.

As chuteiras são, muitas vezes, a forma de expressão individual do jogador, e a FIFA permite isso mesmo. «As chuteiras não têm de ser do mesmo fabricante do equipamento e podem ter o nome, o número ou outras menções», diz o regulamento, isto desde que entrem dentro da regra de conteúdo não ofensivo. Ainda assim, o árbitro tem liberdade para controlar a cor para garantir que há contraste de cor suficiente e, se tal não se verificar, o juiz da partida pode mandar colocar algum elemento, como fita adesiva, para tapar as botas.

Os guarda-redes podem - tal como qualquer outro jogador que esteja fora do campo - utilizar boné, mas o do guardião em campo tem de ter a mesma marca do equipamento de jogo. Qualquer um pode mostrar o símbolo do clube, desde que este não exceda os 50 centímetros quadrados. Também nas luvas pode surgir o nome dos guarda-redes, mas, neste caso, há uma regra: o tipo de letra e de número utilizado tem de ser similar ao que aparece no equipamento. Os jogadores de campo também podem usar luvas, mas estas têm, obrigatoriamente, de ser pretas ou da cor predominante do equipamento e não podem ter qualquer menção ao nome ou ao número do jogador.

Não é só dentro de campo que a FIFA regula

Os regulamentos de vestuário da FIFA entram em jogo assim que as equipas chegam ao estádio e até elas o deixarem, com várias regras sobre o que podem vestir e que acessórios podem usar.

Os regulamentos afirmam que cada jogador pode usar traje formal — como camisa, gravata, calças formais, saia ou casaco — desde que este não exiba um símbolo da equipa maior do que 100 centímetros quadrados e que não tenha qualquer patrocinador ou marca de fabricante. Os jogadores também podem usar roupa mais casual, como camisolas, pólos, t-shirts ou fatos de treino e, nesse caso, é permitido demonstrar símbolos de clubes e de fabricantes. A proibição dos patrocínios mantém-se.

Também para os acessórios pessoais há regras. Neste caso, se um jogador quiser utilizar, por exemplo, uma mala própria ou auscultadores, estes podem conter referências ao jogador ou à equipa, mas não podem conter qualquer referência a marcas ou a patrocinadores.

Para festejar... também há regras

Normalmente, depois de uma conquista, é comum ver os jogadores com camisolas de celebração do feito. Até para estes equipamentos a FIFA tem regras. Para começar, as camisolas só poderão ser usadas nos momentos 'informais': enquanto se recebe as medalhas ou se levanta o troféu, em sessões de fotografias e aparições perante a comunicação social os jogadores devem ter vestidos os equipamentos de jogo. Após o jogo, os vencedores podem vestir-se para a ocasião, mas apenas com uma camisola que tenha sido feita pelo mesmo fabricante que fez os equipamentos de jogo e sem qualquer patrocínio. E tem de ser aprovada pela própria FIFA... 48 horas antes.