
Aos 21 anos, Dominik Prpic é um dos defesas-centrais mais promissores da nova geração croata. Natural da capital Zagreb, começa nas escolas do NK, passa pela Lokomotiva e chega, em 2017, aos juvenis do Hajduk Split, subindo depois a escadaria até à equipa principal.
Assina contrato profissional em junho de 2022 e estreia-se poucos meses depois, a 12 de novembro, já com Mislav Karoglan no comando técnico, diante do Slaven Belupo (2-2), numa altura em que aparece com regularidade no banco de suplentes. Entra aos 86 minutos para o lugar de Stefan Simic, ex-Milan. A titularidade vem no jogo seguinte da liga, já em janeiro de 2023, no Stadion Poljud, com uma vitória frente ao Sibenik (2-1).
É, contudo, com Gennaro Gattuso como treinador principal que se começa na realidade a afirmar. O italiano faz dele aposta pessoal numa altura em que a equipa procura estabilidade e Prpic responde de forma surpreendente com maturidade e consistência.
Destaca-se de imediato pela leitura de jogo, segurança com bola e capacidade de construção desde trás.
É precisamente esse o perfil que encaixa no novo projeto desportivo do FC Porto, com o também transalpino Francesco Farioli a caminho. O jovem técnico privilegia a construção desde a baliza, a organização ofensiva baseada em posse e o ataque posicional, e dá preferência a atletas que interpretem bem o espaço e possuam qualidade técnica. Prpic encaixa na perfeição: veem-no como um central moderno, com competência tática, porte físico (1,88 metros de altura), espírito competitivo e personalidade.
Se o FC Porto procura referências e líderes, Prpic também já trilhou parte desse caminho, com a afirmação precoce, porém é preciso não esquecer que só tem 21 anos.
Os dragões buscam, antes disso, soluções urgentes para um eixo defensivo que revelou fragilidades durante toda a época 2024/25, apesar das constantes alterações de elementos e até de esquema, com a passagem de Vítor Bruno para Martín Anselmi. A saída de Iván Marcano, veterano e referência no balneário, além de esquerdino fiável na construção, abre espaço para a entrada de sangue novo e Prpic representa opção com futuro e rendimento imediato.
Também ele canhoto como o espanhol, é forte nos duelos, rápido na reação (talvez possa melhorar um pouco o arranque, embora pareça estar relacionado com a dimensão física que já apresenta), ágil e posiciona-se bem em linhas defensivas mais subidas e agressivas se tal lhe for pedido. Com bola, está à vontade para assumir a construção, sair em condução ou quebrar linhas com passes verticais, às vezes até com o pior pé. A sua versatilidade, jogando tanto numa defesa a três como a quatro, torna-o ainda mais valioso num plantel em reformulação, ainda que com Farioli a ideia passe provavelmente pelo regresso ao 4x3x3 ou 4x4x2.
A escola do Hajduk não é por aí além famoso na formação de centrais, ainda que se possam apontar os nomes de Slaven Bilic, talvez o mais conhecido, que brilhou no futebol inglês e orientou a seleção croata, Igor Tudor, que passou muitos anos ao serviço da Juventus, ou Zoran Vulic, figura importante do clube nos anos 80 e 90, que também teve carreira internacional e se destacava pelos remates de longa distância.
Prpic segue uma linhagem de defesas inteligentes, combativos e tecnicamente evoluídos, cada vez mais procurados no futebol moderno. Por exemplo, Josko Gvardiol, também ele esquerdino e croata - ainda que formado no Dínamo Zagreb -, já fez movimentar €127M, com a saída da Croácia para o RB Leipzig e depois da Alemanha para o Manchester City. É verdade que estamos a falar de um dos melhores centrais da atualidade e há apenas dois anos de diferença entre ele e Prpic, porém há algumas pontes em comum no perfil.
Internacional sub-21, com 50 de jogos já disputados pelo Hadjuk (duas assistências), uma Taça da Croácia conquistada em 2023 e um valor de mercado em ascensão (€3M, segundo o transfermarkt), Prpic é uma oportunidade estratégica para o FC Porto. Jovem, adaptável e já com rodagem, pode vir a ser uma das peças-chave da era Farioli no Dragão. O negócio está praticamente fechado por €5M+2M por 75% do passe, com os portistas a deixarem para trás rivais como os alemães do Hamburgo, os neerlandeses do Feyenoord e os espanhóis da Real Sociedad.