
O final de época aproxima-se, as duas equipas já têm os seus objetivos alcançados e, como tal, jogam apenas pela honra. Mas isso não quer dizer que promovam… uma troca de presentes. Mas aconteceu. O Estoril abriu o embrulho, o Moreirense tirou o laço.
Numa primeira parte com descontração a mais, os cónegos controlaram, é certo, mas nunca tiveram arte para fazer o devido cerco à baliza contrária.
Ora, perante tal inércia no último terço, foram os canarinhos que decidiram… estender a passadeira: atraso de Pedro Álvaro e escorregadela fatal de Joel Robles – o guarda-redes ficou com o pé preso na relva quando, ainda sem pressão, se preparava para bater a bola para o meio-campo contrário – aproveitada de forma simples por Benny, que depois do mérito que teve em acreditar na falha do espanhol só teve mesmo de encostar para o primeiro da tarde no Minho.
Guilherme Schettine tentou aumentar a contenda pouco depois, mas, neste caso, Robles amarrou com segurança. O mesmo aconteceu com Caio Secco, que, bem posicionado, susteve um remate frontal de João Carvalho – no único sinal de vida dado pelos forasteiros na primeira parte.
Se tentou, ele mesmo, dar um ar da graça do Estoril nesse período, João Carvalho quis oferecer o protagonismo a Rafik Guitane logo após o reatamento: passe de morte do criativo português com o franco-argelino a desperdiçar na cara do brasileiro dos minhotos.
A lógica fazia crer que o Estoril poderia festejar, mas foi o Moreirense quem voltou a ser letal. Marcelo teve cabeça para corresponder ao pontapé de canto cobrado por Alanzinho e parecia ter arrumado a questão (55’). Mas ainda havia muito para contar e… mais presentes para desembrulhar.
À entrada para o último quarto de hora, Felix Bacher também usou a testa para dar a melhor sequência a um livre de Jordan Holsgrove – o defesa-central austríaco, já com pouco ângulo, quis mesmo cabecear para a baliza ou a ideia seria assistir para o coração da área?... – e os comandados de Ian Cathro passaram a acreditar na conta de somar.
A adição (de pontos) chegou mesmo, com Marcelo e Caio Secco a retribuírem a generosidade de Joel Robles: desentendimento entre os dois brasileiros e Alejandro Marqués só teve de empurrar para o 2-2.
Os negócios costumam ser à parte, mas, desta feita, foram mesmo amigos, amigos...
As notas dos jogadores do Moreirense:
Caio Secco (4), Dinis Pinto (5), Marcelo (4), Michel Santos (6), Frimpong (5), Benny (6), Ivo Rodrigues (6), Cédric Teguia (5), Alanzinho (6), Joel Jorquera (5), Guilherme Schettine (5), Jeremy Antonisse (5), Yan Maranhão (5), Luís Asué (-) e Sidnei Tavares (-).
As notas dos jogadores do Estoril:
Joel Robles (4), Kévin Boma (5), Pedro Álvaro (4), Felix Bacher (6), Wagner Pina (5), Vinícius Zanocelo (5), Jordan Holsgrove (6), Pedro Amaral (5), Rafik Guitane (5), Yanis Begraoui (5), João Carvalho (6), Gonçalo Costa (5), Pedro Carvalho (5), André Lacximicant (5), Alejandro Marqués (6) e Tiago Brito (-).
As reações dos treinadores:
Cristiano Bacci (Moreirense)
Foi um jogo um pouco estranho. Tivemos o controlo total, à exceção dos dois lances que ditaram o empate. Duelo típico de final de temporada, mas acho que fomos melhores. Claro que queríamos ganhar, até por ser o último jogo da época diante dos nossos adeptos, mas a atitude dos meus jogadores foi impecável. Aceito o resultado.
Ian Cathro (Estoril)
Demonstrámos a nossa intenção em ter controlo do jogo e conseguimo-lo na primeira parte, ainda que sem as melhores dinâmicas no último terço. Mas depois fomos atrás do resultado, tivemos essa capacidade. Imagine o cenário em que o jogo não parasse tanto? Não só nesta partida, como também noutras. Havia mais futebol, mais qualidade e talvez viessem mais pessoas assistir.
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Notícia atualizada às 21h10