O treinador do V. Guimarães, Daniel Sousa, já abordou o encontro com o Sporting, da 17.ª jornada da Liga. O jogo terá lugar esta sexta-feira, pelas 20h15, no Estádio D. Afonso Henriques.

Como é que está a sua equipa para o jogo com o Sporting, que marca o reencontro do plantel com o antigo treinador? A nível emocional, há algo de diferente para a equipa?

"Não, não. Obviamente vai ser um jogo difícil, independentemente de quem está do outro lado, que é o líder do campeonato. É um jogo que traz consigo toda a motivação, também toda a pressão que isso acarreta, obviamente. Nós estamos preocupados connosco. Sabemos o que é que temos para fazer dentro do campo. Estamos num processo de crescimento. Sabemos para onde é que queremos ir. Sabemos que estes jogos são importantes nesse crescimento e nesse caminho. E vamos entrar como temos que entrar em todos os jogos".

De alguma forma Rui Borges pode tirar alguma vantagem por conhecer bem o plantel do Vitória?

"Não, porque pode ser para os dois lados também. Eu acho que, obviamente, o conhecimento que o míster tem deste lado há-de ter alguma valia para ele no planeamento estratégico do jogo. Para todos os efeitos também tem para nós, porque nós sabemos, os jogadores sabem quais são normalmente as ideias que ele pede, o que ele transmite. E, obviamente, também pode ser visto de outra forma, de outra perspetiva. Eu acho que vai ser um jogo bem disputado na nossa casa, que é sempre um fator muito importante, como sabemos. Vamos entrar para procurar o resultado que pretendemos, obviamente".

Como é que se tem sentido o grupo na hora de reagir a jogos cujos desfechos não têm sido os melhores para o Vitória?

"Isso foi abordado, obviamente, com a equipa. Há todo um jogo que aconteceu nessa segunda parte em Faro que nos deveria ter levado a outro resultado, até mais volumoso para o nosso lado, obviamente. Relativamente ao desfecho é percebermos o que aconteceu e que não vai voltar a acontecer, porque somos competentes e estamos muito ligados ao jogo de princípio a fim e já sabemos que o jogo só acaba quando o árbitro apita".

Esta semana o que é que já deu para acrescentar das suas ideias?

"Nós quando entrámos procuramos analisar bem a equipa e perceber aquilo que sempre fez bem, ou que fazem bem com alguma regularidade, neste caso no que estavam a fazer e naquilo que nós podemos acrescentar de diferente. Houve aqui algumas ideias, sobretudo defensivas, que nós já procuramos trabalhar, acho que já foi visível no jogo anterior. Mas, pouca coisa porque realmente o tempo ainda tem sido escasso para trabalharmos e também não podemos estar a sobrecarregar os jogadores de informação, porque senão depois pode funcionar em sentido inverso".

Como é que acha que os adeptos vão reagir ao regresso do Rui Borges, como é que isso pode ajudar a equipa neste jogo?

"Eu acho que o futebol é dos jogadores, nunca é dos treinadores, independentemente de ser do Rui, do Daniel, não é isso que está em causa. Isto tem mais que ver com os jogadores, com o que está dentro das quatro linhas. Obviamente que mal não o irá receber, digo eu, não faço ideia, mas isso também é muito pouco relevante para aquilo que é o jogo, para aquilo que são as ambições das duas equipas. Aquilo que espero é um estádio como sempre vi como adversário, que é sempre um estádio muito difícil de jogar e de entrar. Estou com alguma ansiedade para ouvir aquela música inicial com os adeptos todos a cantar".

Falou dos momentos defensivos, sente que é isso que a equipa tem a melhorar?

"Eu preciso fazer já uma ressalva, porque quando disse defesa, não é defesa, é a linha defensiva, momento defensivo. É uma questão de fazer diferente, porque há várias formas de ganhar. O registo defensivo do Vitória não era propriamente mau, antes pelo contrário, até era um bom registro defensivo, só que há aqui mudanças que têm a ver mais com a forma de olhar para o jogo, não tem a ver com fazer melhor ou fazer pior, é fazer diferente e ir mais de encontro da forma como vejo o jogo e me sinto mais confortável olhar para dentro e ver a equipa a jogar".

O Sporting passou uma fase difícil a seguir à saída do Rúben Amorim. Acha que já tem dedo do novo treinador?

"Sim, obviamente tem sempre, independentemente daquilo que são os comportamentos dentro do campo há sempre um fator motivacional que pode ser para o positivo ou para o negativo, não é propriamente linear que seja positivo, e logo à partida há sempre uma mudança. A mudança pode trazer sempre essa motivação logo à partida, depois no caso do mister Rui, obviamente que operou logo uma diferença que já vinha sendo pontualmente ajustada, com ajuste àquela estrutura que eles faziam, mas aqui foi mais clara a estrutura de quatro. Tem ali alguns comportamentos que já são identificados, eu também já enfrentei o Rui no ano passado e já consegui identificar ali alguns padrões que ele tentou imprimir neste primeiro jogo. Esperamos que vá continuar a procurar fazer o mesmo".

O Alberto fez duas assistências, surpreendeu-o?

"O Alberto fez duas assistências em Faro, no jogo anterior já tinha feito um jogo ofensivamente bastante interessante, com dois remates à baliza e ganhou um penálti. Ou seja, não era algo que eu não estivesse à espera do Alberto e que me tinha surpreendido. Estou extremamente contente por contar com o Alberto, mas também com o Gaspar, que neste momento está fora. Tem margem de progressão e isso é o que é interessante ali no Alberto, é que tem margem de progressão, porque ainda tem muita coisa a melhorar. Tem uma margem de progressão interessante".

Há mais jovens da formação prontos a dar o salto?

"Relativamente à formação, têm subido aqui alguns miúdos, fruto também das necessidades que temos no plantel. Têm o mérito próprio de terem feito o seu trabalho nas suas equipas e vêm treinar connosco e têm vindo até com alguma regularidade nestes dias, tem-me agradado bastante o que tenho visto".

Terminou o ano com uma extensa lista de lesionados, com Nélson Oliveira, Toni Borevkovic, Chucho Ramírez, Bruno Gaspar e Charles. Há alguma boa notícia?

"Não, mantemos a mesma lista de impedimentos".