Dani deu alguns conselhos a Lamine Yamal, numa divertida entrevista ao jornal 'As', onde recordou alguns episódios da sua carreira. Conhecido pela vida boémia que tinha enquanto jogador, o antigo futebolista, agora comentador televisivo, aconselha o jovem avançado do Barcelona a ter "cuidado com a noite e com as pessoas com que se rodeia."  

"A noite? Cuidado e moderação. O mundo do futebol é sempre perigoso", referiu a propósito do prodígio espanhol. "O pior é o ambiente: a família, os pais, os companheiros interessados... São muitas as distrações. Luis Enrique diz uma frase que é bem verdadeira: o melhor do mundo, o melhor em tudo, tem de ser aquele que dá o melhor exemplo aos seus companheiros", explicou Dani, que pendurou as chuteiras aos 27 anos para estar perto da mãe, que se encontrava doente.

O antigo extremo recorda que no Sporting tinha uma vida noturna bastante agitada. "Claro que gostava de festas. Saí do Sporting porque a minha vida fora do futebol era muito ativa. Mas mandaram-me para Londres [West Ham]! Quando lá cheguei, a imprensa escreveu 'tranquem as vossas filhas em casa que o Dani está aqui'. E depois disso, rumei a Amesterdão! E depois a Madrid! Três cidades de pecado. Costumava dizer aos dirigentes 'estão a brincar comigo?' A verdade é que jogava futebol, mas gostava mesmo da vida", reconheceu, com humor.

E quando lhe perguntaram se o prejudicou ser "tão bonito" não hesitou na resposta. "Possivelmente sim. Mas que podia fazer? Eu não ia fazer uma cirurgia facial para ficar mais feio. Podia ter feito coisas mais 'de jogador de futebol', mas era assim que vivia, era assim que era feliz. E sempre segui esta máxima: viver para ser feliz."

Dani, que jogou com Paulo Futre no Atlético Madrid - "um irmão para mim" - contou como foi trabalhar com Luis Aragonés no clube espanhol. "Era um tipo excecional e conhecia o futebol melhor do que qualquer outra pessoa no mundo. Tocava a alma do jogadores. Fiquei arrepiado quando ganhou o Europeu com a Espanha. Um dia disse-me 'Dani, se não te mexeres, vai passar por aqui um cão e vai mijar-te em cima!'"

E não esquece Louis van Gaal, no Ajax. "Tive uma relação magnífica com o Louis; é uma ótima pessoa. Perguntava-me 'como é possível que um jovem de 19 anos como tu se atrase para um jogo?' E eu respondia 'não faço ideia. Deitei-me à meia-noite e acordei às 11'. Os despertadores não funcionavam bem..."

E será que Dani já pendurou "as botas da noite"? "De todo, nunca! Mas as minhas filhas têm de ir para a escola às 8 da manhã e às 7 abro os olhos sem precisar de despertador. Sou pai e essa responsabilidade é a primeira coisa que me vem à cabeça. Acredito que os jogadores de futebol devem nascer aos 80 e voltar atrás, como Benjamin Button. Os veteranos sempre me disseram 'se eu soubesse aos 20 anos o que sei hoje'... E tinham razão."

Sobre a final da Liga das Nações de hoje, Dani acredita que vai ser "um jogão". São duas grandes seleções. Um jogos destes não queres que acabe nunca, queres que tenha quatro prolongamentos. Temos de aproveitar jogos assim."