O palco está montado para a 47ª edição do Rally Dakar, e promete ser o desafio mais exigente na história do evento. Com uma extensão de 7.700 quilómetros através do terreno acidentado da Arábia Saudita, com 5.100 quilómetros de especiais cronometrados, o rally deste ano levará os concorrentes ao limite como nunca antes.
Decorrendo de 3 a 17 de janeiro, o rally conta com 12 etapas especiais precedidas por um prólogo. Os organizadores apelidaram esta edição de “a mais difícil até agora”, com novas reviravoltas, um calendário extenuante e medidas de segurança reforçadas.
Caos do Maratona Precoce
Quebrando a tradição, a brutal etapa de maratona começa cedo no rally, apresentando mais de 1.000 quilómetros de corrida cronometrada divididos em dois dias, sem suporte mecânico para os participantes. O infame Quarto Vazio, uma vasta extensão de dunas, aguarda os concorrentes na segunda metade do rally, apresentando outra etapa de maratona onde os pilotos devem confiar apenas nas suas próprias habilidades para a manutenção do veículo.
O percurso começa em Bisha e termina em Shubaytah, com caminhos únicos desenhados para motos e carros em cinco das etapas, garantindo que não haja descanso para os condutores e pilotos.
Principais Mudanças e Inovações em Segurança
Pela primeira vez, a categoria de quads foi eliminada. Em vez disso, o foco muda para a inovação e a segurança. Todos os participantes usarão agora um roadbook digital para melhorar a precisão da navegação. Os veículos devem exibir uma bandeira vermelha de dois metros de altura no topo dos seus tetos, facilitando a sua localização entre as dunas e reduzindo o risco de acidentes.
Areias Movediças na Alinhamento de Competidores
A edição de 2025 marca o fim de uma era para as lendas do Dakar. Stéphane Peterhansel, de França, conhecido como “Sr. Dakar”, perderá o seu primeiro rally em 35 anos, deixando para trás um recorde de 14 vitórias (seis em motos, oito em carros). A ausência da equipa elétrica da Audi, que levou Carlos Sainz à vitória em 2024, também altera o campo de competição.
Sainz, agora com a Ford, junta-se aos compatriotas Nani Roma—que regressa após lutar contra uma doença—e Mathias Ekstrom. Entretanto, o campeão em título Nasser Al-Attiyah mudou-se para a Dacia, ao lado da lenda do rally francês Sébastien Loeb, que está à procura da sua primeira vitória no Dakar.
A Toyota aposta no brasileiro Lucas Moraes, no americano Seth Quintero—anteriormente um destaque em SSV—e no saudita local Yazeed Al-Rajhi. O australiano Toby Price, um ex-campeão de motos, faz a sua estreia na categoria de carros. O português João Ferreira (Mini) entra em destaque, visando um avanço na sua primeira participação na classe principal.
Batalha das Motas
A competição na categoria de duas rodas é igualmente feroz. O campeão mundial em título, Ross Branch, procura a primeira vitória da Hero no Dakar sob a orientação do diretor desportivo português Joaquim Rodrigues Jr. No entanto, a Honda, liderada por Ruben Faria, é a equipa a bater após duas vitórias consecutivas.
A impressionante equipa da Honda inclui o chileno Pablo Quintanilla, o vencedor de 2024 Ricky Brabec e Skyler Howes. Entretanto, a KTM, a recuperar de dificuldades financeiras, contratou o australiano Daniel Sanders e o prodígio espanhol Edgar Canet, apenas com 19 anos, para tentar um regresso.
Apostas Altas, Drama Maior
À medida que se aproxima o Dakar Rally mais difícil de sempre, as apostas estão nas alturas para veteranos experientes e novatos ambiciosos. Desde as áridas dunas do Quartel Vazio até às extenuantes etapas de maratona, cada momento promete uma competição intensa, desafios inesperados e um drama sem igual.
O Dakar 2025 é mais do que um rally—é um teste de resiliência, habilidade e da pura vontade de perseverar. Prepare-se para uma viagem inesquecível.