Paços de Ferreira e Felgueiras defrontavam-se com perspetivas bem distintas: se os pacenses abordavam o encontro com urgência e obrigados a vencer para escapar aos lugares de despromoção, o conjunto visitante apresentava-se tranquilo e já com a sua continuidade garantida no segundo escalão. O que, no final de contas, acabou por fazer a diferença num encontro de características peculiares, que terminou com reviravolta e triunfo felgueirense (1-2).

Até praticamente ao último terço do encontro, o Paços vencia um Felgueiras que até se encontrava reduzido a dez jogadores. No entanto, o conjunto visitante desafiou a lógica e com dois golos separados por apenas quatro minutos – 71 e 75’ – operou uma reviravolta improvável, que acentuou ainda mais a crise do emblema da casa, que aguarda por resultados de terceiros para perceber em que lugar se posicionará à entrada para a última jornada.

A primeira parte correu de feição à equipa da casa que, apesar de não ter tido tanta presença junto da baliza quanto o Felgueiras, conseguiu ser mais eficaz na principal ocasião de que dispôs, aos 32 minutos, na transformação de uma grande penalidade.

O lance entre António Eiró e Caiado motivou análise cuidada do VAR e Antunes, chamado à cobrança do castigo máximo, dava vantagem aos pacenses ao intervalo, o que lhes permitia ambicionar a ultrapassagem ao FC Porto B e deixar o lugar de play-off, ainda que de forma provisória.

O panorama não parecia favorável para o Felgueiras, que após o árbitro ter apitado para intervalo ainda perdeu o seu treinador, Agostinho Bento, expulso por protestos, e no início da segunda parte ficou reduzido a dez jogadores quando Léo Teixeira recebeu ordem de expulsão. Parecia uma manhã de desacerto para os durienses que, aos 60 minutos, ainda desperdiçaram uma grande penalidade por João Silva.

Uma história de desinspiração que, num ápice, mudou por completo e começando por um herói repentino: Pedro Ribeiro foi lançado aos 70 minutos e, apenas um minuto passado e na sua primeira intervenção em jogo, desviou a bola do alcance do guarda-redes Marafona e alcançou a igualdade.

Uma igualdade que pouco duraria visto que, aos 75’, o Felgueiras aproveitou o empolgamento e alcançou a reviravolta através de um livre lateral batido por Landinho para o aparecimento de Afonso Silva, ao segundo poste, para felicidade dos visitantes e visível desalento dos locais, que em poucos minutos desperdiçaram uma importante vantagem, não evitaram a derrota e podem, inclusivamente, terminar a 33.ª em posição de despromoção direta.

O Paços de Ferreira aguarda pela performance da Oliveirense, que esta tarde defronta o Marítimo e, caso triunfe, deixa o penúltimo lugar e entrega-o ao Paços, o que poderá perspetivar uma emotiva luta pela fuga ao abismo – leia-se, descida à Liga 3 – na derradeira jornada do campeonato.