O homem que esfaqueou o escritor Salman Rushdie durante uma palestra em Nova Iorque, em 2022, foi esta sexta-feira condenado a 25 anos de prisão por tentativa de homicídio.

A sentença proferida pelo tribunal de Chautauqua surge três meses depois de o arguido, Hadi Matar, 27 anos, de Nova Jérsia, ter sido condenado, em primeira instância, por tentativa de homicídio em segundo grau.

A decisão colocou ponto final num julgamento no qual a vítima, de 77 anos, descreveu o trauma vivido e a sensação de que não sobreviveria: «Apercebi-me da grande quantidade de sangue. A minha noção de tempo estava turva, doía-me o olho e a mão, e ocorreu-me de forma bastante clara que estava a morrer.»

O autor, nascido na Índia e de nacionalidade britânica e norte-americana, foi esfaqueado 15 vezes, sendo atingido na cabeça, no pescoço, no tronco e na mão esquerda. Além de lesões nos intestinos e no fígado, ficou cego do olho direito.

Na origem da tentativa de assassinato terá estado o livro Os Versículos Satânicos, que retrata o profeta islâmico Maomé e que devido às referências religiosas foi considerados blasfémia e proibido em vários países muçulmanos. Foi inclusive criado um decreto religioso a pedir o assassinato de Rushdie, com recompensa.