Portugal vai voltar a receber um torneio feminino internacional a nível profissional, quebrando um jejum de oito anos, graças aos acordos efectuados pela Federação Portuguesa de Golfe (FPG) com o Ladies European Tour Access Series (LETAS) e o Vidago Palace Golf Course.

Nasceu, assim, a primeira edição do Super Bock Ladies Open at Vidago Palace, que irá disputar-se de 6 a 8 de Maio, com um inovador dia de Pro-Am agendado para o dia 4.

Será um regresso em grande de Portugal em provas a contar para o ranking mundial feminino (profissional) e para o ranking olímpico feminino, o que é particularmente importante quando estamos a iniciar um novo ciclo olímpico, numa altura em que há algumas jovens golfistas amadoras portuguesas a começarem a destacar-se a nível internacional.

Com efeito, o 1.º Super Bock Ladies Open at Vidago Palace será o terceiro dos 17 torneios que integram o calendário do LETAS em 2025 e todas as jogadoras do 'top-10' da actual Ordem de Mérito (ranking) inscreveram-se para jogar no evento apoiado pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal e pelo IPDJ, com destaque para a n.º1, a dinamarquesa Amalie Leth-Nissen, a vencedora no único torneio disputado até ao momento, o Terre Blanche Ladies Open, em França.

O esforço da FPG e de patrocinadores como a Super Bock e a Vitalis para que o total de prémios monetários se elevasse aos 50 mil euros - com 8 mil para a campeã - também contribui para o enorme interesse despertado pela prova.

Em 2025, entre os 17 torneios do LETAS, só há um que irá distribuir um montante superior, o que irá decorrer em Julho em Islantilla (Espanha), com 100 mil euros. A última vez que Portugal teve um torneio no LETAS foi com o Azores Ladies Open, entre 2011 e 2017, e o 'prize-money' mais elevado fixou-se nos 35 mil euros.

Do ponto de vista desportivo, o Super Bock Ladies Open at Vidago Palace pode ser comparado, no sector masculino, ao Open de Portugal at Royal Óbidos do HotelPlanner Tour (antigo Challenge Tour), embora os valores monetários nos circuitos femininos sejam sempre muito inferiores aos masculinos.

Tal como o HotelPlanner Tour (a segunda divisão do golfe profissional europeu masculino) oferece 20 promoções ao DP World Tour (a primeira divisão) no final de 2025, também o LETAS irá promover ao LET (primeira divisão europeia feminina) as sete jogadoras que ficarem melhor classificadas na Ordem de Mérito no final da presente temporada.

Para as jogadoras portuguesas, sobretudo as amadoras, será a possibilidade de somarem pontos para os rankings mundiais (de profissionais e de amadoras), para o ranking olímpico e, sobretudo, começarem a ter uma noção do que é competir a um nível superior ao seu.

A criação deste torneio em Portugal vai ao encontro da Direcção da FPG eleita no ano passado de disponibilizar às jogadoras e aos jogadores portugueses competições internacionais em todos os níveis competitivos, desde os sub-14 até ao início do profissionalismo.

O Super Bock Ladies Open at Vidago Palace disponibiliza ainda à FPG cerca de 50 convites que poderão ser usados por jogadoras portuguesas ao longo do ano em competições do LETAS.

Outro aspecto importante será o facto de irem competir sete jogadoras portuguesas no Super Bock Ladies Open at Vidago Palace. Será um novo recorde de golfistas nacionais num único evento europeu de profissionais, seja do LETAS, seja do LET. E poderia ser um número superior, se Sofia Barroso Sá e Leonor Medeiros não estivessem ainda nesta altura do ano a estudar e a competir no circuito universitário dos Estados Unidos.

Claro que o nome mais sonante é o de Susana Ribeiro, que regressa à competição internacional aos 34 anos. Trata-se da portuguesa com o melhor palmarés de sempre. Foi três vezes campeã nacional amadora (2013, 2014 e 2015), quatro vezes campeã nacional de profissionais (2015, 2016, 2017, 2019), foi a portuguesa com a melhor classificação de sempre em sete anos de Açores Ladies Open do LETAS (10.ª, com +5, em 2016) e a portuguesa com a melhor classificação de sempre em torneios do LET (32.ª, com +2, no Open de Espanha de 2019).

Ter a profissional Susana Ribeiro no lote de inscritas, mediante um convite da FPG, é obviamente um valor acrescentado ao torneio, mas trata-se de uma jogadora que hoje em dia tem carreiras paralelas como treinadora e como comentadora de golfe no canal Eurosport.

Em contrapartida, os convites endereçados às amadoras portuguesas são uma aposta no futuro, com grande destaque para a campeã nacional de sub-18, Inês Belchior, e para a campeã nacional de sub-16, Amélia Gabin, e ainda para as vice-campeãs nacionais de sub-14 e de sub-16, respectivamente, Francisca Ferreira da Costa e Francisca Salgado. Os restantes convites foram atribuídos a Francisca Rocha e Nicole Sardinha.

Inês Belchior será, sem dúvida, a grande figura da armada portuguesa. Para além de ser a campeã nacional de sub-18, como já foi referido, é, sobretudo, a actual dupla campeã nacional absoluta (2022 e 2024) e este ano brilhou ao mais alto nível em Marrocos, quando aproveitou um convite da FPG para o LET (primeira divisão profissional europeia) e terminou no 62.º lugar (+9) na 28.ª edição da Lalla Meryem Cup, em Rabat. Foi apenas a quarta vez que uma portuguesa passou o cut em torneios do LET.

Aproveitar o Super Bock Ladies Open at Vidago Palace para começar a dar alguma rodagem profissional às melhores portuguesas amadoras, designadamente as sub-16 e sub-18, insere-se num projecto mais lato que inclui, por exemplo, a participação dessas jogadoras em alguns torneios do novo circuito profissional português, criado numa conjugação de esforços da FPG com a PGA de Portugal. Por exemplo, mesmo antes deste LETAS de Vidago, haverá um torneio desse circuito profissional português em Montebelo (Viseu).

O Super Bock Ladies Open at Vidago Palace será ainda usado pela FPG como um factor motivacional para faixas etárias ainda mais jovens, na medida em que, numa iniciativa inédita, a FPG decidiu ter dois Pro-Am e não apenas um no dia 4 de Maio. Para além do Pro-Am tradicional, para convidados, parceiros e patrocinadores, haverá ainda um Pro-Am destinado exclusivamente a jovens seleccionados por clubes do norte de Portugal.

A FPG decidiu ainda atribuir convites à sueca Maia Samuelsson e à inglesa Imogin Courtney, no caso da britânica por ter sido a melhor jogadora no PT Tour (e no Optilink Tour Championship), o circuito internacional português de profissionais que se realiza no Algarve entre Janeiro e Março.

A lista de inscritos definitiva do Super Bock Ladies Open at Vidago Palace só irá conhecer-se depois de concluir-se o segundo torneio do LETAS de 2025, o Madaef Golfs Ladies Open by Saidia Resorts, de 25 a 27 de Abril, em Marrocos.

Declarações

Pedro Nunes Pedro (presidente da FPG):

«A FPG está fortemente empenhada em fomentar a prática do Golfe feminino. Trazer uma prova do LETAS é só o primeiro passo. O golfe feminino precisa de mais visibilidade e faz parte da nossa estratégia para o aumento do número de jogadoras no País. A FPG está empenhada em criar condições para que os nossos atletas tenham em Portugal a possibilidade de participar em competições de alto nível, desde os escalões mais jovens até ao profissionalismo. A realização de provas do Challenge Tour, Alps Tour ou do LETAS enquadram-se nisso mesmo. Eventos desta natureza reforçam ainda o posicionamento do nosso País entre os melhores da Europa para a realização de torneios e, claro, eventual captação de investidores. Agradecemos ao nosso parceiro Super Bock Group, que desde a primeira hora acreditou neste evento e nos dá a oportunidade de realizar esta prova no seu fantástico campo de Vidago Palace Hotel. Estão reunidas todas as condições para ser um torneio memorável».

Bruno Albuquerque (diretor de Marketing de Cervejas e Patrocínios do Super Bock Group):

«Para a Super Bock, o Ladies Open no Vidago Palace representa uma oportunidade única de estar presente num evento de grande prestígio internacional e de partilhar valores e objetivos comuns. É um grande orgulho fazer parte de um torneio que promove o desporto feminino, a diversidade e inclusão e o apoio à comunidade local. Será seguramente um evento que une competição de alto nível, cheio de experiências memoráveis, com um cenário de grande beleza e elegância».

Paulo Ferreira (Director do Vidago Palace Golf Course):

«Para o Vidago Palace, receber um evento internacional desta magnitude é um motivo de orgulho, validando o trabalho diário da nossa equipa. Será uma oportunidade única de mostramos o que temos de melhor na região e em especial na vila de Vidago e de celebrar a nossa paixão pelo golfe perante um cenário global. Estamos entusiasmados em fazer deste evento um grande sucesso e em proporcionar uma experiência enriquecedora a todos aqueles que nos visitarem durante esses dias».

Susana Ribeiro (golfista profissional portuguesa):

«Significa muito, ter a oportunidade de voltar a jogar um LETAS, de matar saudades daquilo que, até há bem pouco tempo, era a minha vida - a alta competição. O significado é ainda mais especial quando falamos numa prova organizada no nosso país e, finalmente, com o apoio da nossa Federação! Sinto que esta é uma grande vitória para o golfe feminino português, que só tem a ganhar, ao acolher uma prova deste circuito europeu. Foi um enorme orgulho representar o nosso país e tentei sempre elevar o nosso símbolo ao mais alto nível. Esta é uma nova oportunidade para tentar fazê-lo».

Inês Belchior (campeã nacional absoluta):

«Jogar um torneio do LETAS em Portugal é muito especial. Representa a oportunidade de competir ao mais alto nível no meu país, rodeada de pessoas que também partilham o interesse pelo golfe. Há uma energia única em poder jogar em Portugal, em sentir o apoio do público português e mostrar o nosso talento. Este ano, passar o cut num torneio do LET foi um momento muito marcante e importante que deu-me ainda mais motivação para continuar a treinar e a querer evoluir. Ao ter novamente esta oportunidade, ficarei ainda mais motivada. O regresso do golfe internacional feminino profissional a Portugal é sinal de crescimento, de reconhecimento e, acima de tudo, de que estamos a criar mais oportunidades para as jogadoras portuguesas destacarem-se no cenário europeu e mundial. Por fim, creio que é também uma inspiração para as gerações mais novas que estão agora a começar».