A chegada da alta montanha à Volta a Itália nada definiu, mas já deixou alguns sinais. E se Primož Roglič é de novo o camisola rosa, quem deixou melhores impressões foi mesmo Juan Ayuso, livre nesta Giro das incumbências de trabalhar para Tadej Pogačar e por isso aposta da UAE Emirates para a vitória final.

Sempre discreto mas bem colocado, o jovem espanhol atacou de surpresa nos últimos 500 metros da 7.ª etapa, na chegada a Tagliacozzo, subida de 1.ª categoria, vencendo a etapa à frente do colega de equipa Isaac del Toro, a liderar um grupo com Roglič, Giulio Ciccone e Antonio Tiberi, entre outros.

Com Mads Pedersen a deixar-se ficar para trás no início da derradeira subida da jornada, até porque esta não é a sua luta - cruzou a meta a mais de 15 minutos de Ayuso -, a rosa voltou para o corpo de Primož Roglič, mas as sensações deixadas pelo vencedor de 2023 não foram de enorme frescura. Apeado no ataque de Ayuso, o esloveno da Red Bull-Bora conseguiu, ainda assim, recuperar nos últimos metros, entrando no grupo de Isaac del Toro, o que lhe permitiu perder apenas quatro segundos para o grande rival na geral.

Boas indicações foram deixadas por Egan Bernal, vencedor do Giro em 2021 e desde 2022 à procura do regresso a uma forma competitiva, depois de um grave acidente nesse ano o ter deixado em risco de vida. O colombiano da Ineos foi um dos primeiros a atacar na chegada e parece com forças para lutar pelo pódio.

Numa etapa que cedo formou uma fuga de sete ciclistas, o trabalho de Afonso Eulálio à frente do comboio da Bahrain, a trabalhar para Antonio Tiberi, seria decisivo para anular os derradeiros intentos do grupo, à entrada dos cinco quilómetros finais.

A etapa de sábado volta a ser de sobe e desce, mas não para fazer diferenças na geral, terminando em plano após uma 4.ª categoria. Primož Roglič defenderá a rosa, com quatro segundos de vantagem para Ayuso e 9s para Isaac del Toro. Ayuso assumiu a liderança da classificação da juventude.