As diferenças certamente saltaram à vista do leitor nos primeiros jogos do Mundial de Clubes. Relva, clima, ângulos de câmara e até a entrada individual dos jogadores é algo raramente visto nos estádios do Velho Continente, mas, por esta altura, são a realidade por Terras do Tio Sam. Ora, indo mais a fundo: e se o centro de treinos da sua equipa mal estivesse preparado para a receber num torneio desta envergadura? Foi exatamente o que aconteceu ao Real Madrid, que precisou de remodelar profundamente o The Gardens North District Park.

Parque público indicado pela organização do Mundial de Clubes como quartel-general dos merengues para a prova, o local impressionou pela falta de condições de um espaço circundado por 10 relvados.

Apesar desse número de tapetes verdes - dois deles sintéticos de alta qualidade -, o Real Madrid precisou de ir muito além da ajuda financeira prestada em colaboração como Palm Beach County Spots na ordem dos 100 mil dólares.

Sem chuveiros, balneários ou campos de qualidade para treinar, o conjunto blanco não perdeu tempo e colocou mãos à obra há cerca de um ano, logo após a primeira e pouco impressionante visita dos responsáveis do clube às instalações que são sede oficial da FIFA para o Mundial 2026.

O choque de realidades em comparação com o centro de treinos de Valdebebas não podia ser mais profundo, fez soar os alarmes e mexer os cordelinhos num contrarrelógio absoluto pela busca das melhores condições para a equipa agora orientada por Xabi Alonso.

De raíz, o clube espanhol precisou de edificar estruturas temporárias capazes de satisfazer as próprias necessidades: tendas climatizadas, balneários, chuveiros portáteis e banheiras de gelo. Artefactos imprescindíveis, mas em falta, de forma incompreensível, na ótica de uma equipa de alto nível.

«Eles não tinham nada aqui. Fizemos tudo sozinhos», garantiu fonte do clube em declarações emitidas ao jornal espanhol, MARCA.

Por último, também o circuito de segurança dos campos de treinos foi reforçado, tudo isto num recinto que já recebeu seleções na Copa América e se prepara para albergar mais nações no Campeonato do Mundo do próximo ano.

Um caso (até ver) único entre as equipas presentes no Mundial de Clubes. A fava, essa, saiu ao Real Madrid já que sem o rápido investimento realizado, estaria agora a trabalhar em condições, no mínimo, peculiares e escassas para a sua realidade.