A canoísta Francisca Laia está suspensa preventivamente por suspeita de doping desde 16 de outubro de 2024, após ter acusado positivo a desidroclorometil-testosterona (DHCMT), um esteroide anabólico androgénico que melhora o desempenho físico, num controlo efetuado nos Mundiais de distâncias não olímpicas em Samarcanda, no Uzbequistão, em finais de agosto transato.

A atleta olímpica no Rio-2016, onde foi 17.ª em K1 200, afirma-se de «consciência 100% tranquila relativamente aos valores éticos e morais», revelando que o positivo se deveu a uma «contaminação», sem especificar, e aguarda por resposta à defesa apresentada em dezembro à Agência Internacional de Testes.

«É um processo em andamento, fui apanhada desprevenida. Tenho a consciência 100% tranquila relativamente aos valores éticos e morais que sempre apliquei na minha carreira. Apresentei em dezembro a minha defesa. É um processo em andamento, como diz a própria ITA (Agência Internacional de Testes). Espero pela resposta», reagiu a atleta de 30 anos que, em caso de culpa, poderá incorrer num castigo superior a um ano.

«Já apresentei a minha defesa expus todos os dados que consegui reunir estes meses. Aguardo pela resposta da ITA e acredito que há possibilidade de ser ilibada. Há dados que apresentei para que isso aconteça», afirma Francisca Laia, que reconhece que está a viver «o pesadelo de qualquer atleta»: «[Doping] É uma palavra que enquanto atletas não queremos ver associada ao nosso nome».

Em Samarcanda, a canoísta lusa foi medalha de prata em K2 200 juntamente com Teresa Portela e de bronze no K4 500 misto com Teresa, Fernando Pimenta e Messias Baptista: caso se confirme a sanção, a seleção é desapossada destes êxitos.

Entretanto, enquanto cumpre a suspensão, Francisca participou no fim de 2024 na São Silvestre de Lisboa, em atletismo, algo que fez de forma recreativa, «com amigos», pelo que entende não violar qualquer regra. «Participaram 14.000 pessoas que não são sujeitas a qualquer tipo de controlo. Podia participar e correr com amigos, como fiz. Não competi na elite. Qualquer pessoa que conheça as regras sabe que a elite é uma coisa e isto é algo aberto ao público. Posso participar na de Lisboa ou numa outra qualquer. É como ir ao ginásio, posso pagar e ir», declarou a canoísta, citada pela Lusa.