João Noronha Lopes refuta a possibilidade de voto eletrónico nas próximas eleições do Benfica, agendadas para outubro.

Essa possibilidade foi apresentada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, em reunião informal realizada esta segunda-feira com as várias candidaturas já apresentadas. Não foi a única solução apresentada para incentivar a participação eleitoral, refira-se, mas essa foi rejeitada pela lista liderada por Noronha Lopes.

Em comunicado, o movimento Benfica Acima de Tudo garante que a sua prioridade é contribuir para «a maior participação de sempre» nas eleições do Benfica, que espera que sejam «exemplo de integridade, transparência e respeito pelos sócios».

A lista saúda depois o «registo colaborativo e de abertura» da Mesa da Assembleia Geral, e explica que foram apresentadas duas possibilidades para maximizar a participação eleitoral: «A primeira opção era a de estabelecer o voto eletrónico nas Regiões Autónomas e no estrangeiro, e múltiplas mesas de voto no continente, à semelhança das últimas eleições; a segunda opção era a de abrir secções de voto tanto no continente como nas Regiões Autónomas e no estrangeiro.»

«A nossa posição foi clara: apenas a segunda opção é viável ao abrigo dos novos Estatutos», reitera o comunicado, que recorda as alterações aos estatutos aprovadas a 9 de março de 2025, com 91% dos votos. «O voto eletrónico é admissível apenas com concordância de todas as listas e se for possível a contagem e verificação dos votos em urna fechada. Na prática, isto significa que o voto eletrónico — feito em máquina própria — deve gerar um recibo depositado pelo sócio numa urna física e fechada, para posterior contagem obrigatória. Até agora, não nos foi apresentada qualquer solução técnica que respeite esta exigência no caso do voto eletrónico à distância, tornando-o a nosso ver, nos termos dos Estatutos, uma impossibilidade prática», refere a lista encabeçada por Noronha Lopes.

A Mesa da Assembleia Geral levantou a possibilidade de centralizar o voto eletrónico à distância, sendo que depois os comprovativos teriam de ser colocados nas urnas de voto por funcionários do clube e da empresa certificadora.

«Com todo o respeito, entendemos que os novos Estatutos determinam que o voto contado, mesmo eletrónico, é o depositado em urna fechada. Delegar num terceiro o depósito de um recibo que o sócio não verificou fere obviamente os Estatutos e qualquer prática eleitoral credível — algo inexistente no mundo por razões óbvias. Esta não é, como tal, uma solução técnica adequada, opinião que expressámos respeitosamente durante a reunião e que a MAG registou», acrescenta o comunicado.

O movimento Benfica Acima de Tudo defende, portanto, a outra opção sugerida pela Mesa da Assembleia Geral, na reunião informal desta segunda-feira: a abertura de mesas de voto em todo o país, nas Regiões Autónomas e no estrangeiro. «Apesar dos desafios logísticos e custos associados, acreditamos que esta é a única forma de, respeitando os novos Estatutos, garantir uma participação tão expressiva quanto possível. As eleições são o momento maior da vida associativa e merecem um investimento sério do clube», conclui o comunicado.

ARTIGO ATUALIZADO