Vítor Bruno fez este domingo a antevisão ao jogo com o Estrela da Amadora, relativo à 14.ª jornada da Liga.
O que espera do Estrela da Amadora?
«Precisamos de estar atentos, porque vêm de uma vitória moralizadora e também pelo que fizeram em vários momentos do jogo, com lances claros para se colocarem na luta pelo resultado em outros jogos, como na Luz e em Alvalade. Se não ganhou fora ainda, é um alimento motivacional, certamente. Temos de entrar para ganhar ou ganhar, impor o que é nosso, muito mandões, porque vimos de um resultado que não nos favorece em nada no campeonato. Temos de continuar o nosso trabalho.»
Como analisa a equipa portista na questão das transições ofensivas?
«Esse momento do jogo é demasiado importante para ser ignorado. Temos de tentar capitalizar ao máximo para chegar à baliza com perigo. A nossa primeira grande intenção é chegar à baliza de forma muito rápida, de forma vertiginosa; não podendo, temos de trabalhar em momentos de transição. Temos gente muito vertical, rápida, que cresce com grande velocidade, e é um momento que temos de aproveitar.»
Esta jornada traz pressão adicional?
«Fator de pressão é sempre, mas no campeonato inteiro, ainda para mais estando na Liga Europa, há sempre pressão. É o que é, não podemos controlar isso. O que controlamos são as nossas ideias, os nossos conceitos, e mesmo assim pode aparecer algo estranho. Se é pressão mais ou menos.. Temos é de olhar para dentro.»
Qual tem sido a chave para fazer do Dragão uma fortaleza?
«Tem a ver com os jogos em si, a forma como gerimos os jogos para nos colocarmos na frente do marcador. Depende dos adversários, da forma como vêm alicerçados. Os campeonatos são ganhos em casa e em fora. Claro que ter 50 mil perssoas a empurrar-nos é melhor, ajudam a resolver problemas que vão aparecendo durante o jogo.»
Considera que as arbitragens têm tido influência na classificação?
«Aquilo que me incomoda foi haver pessoas que tenham critérios diferentes para lances que podem ter a mesma similitude. Isso é aquilo que me incomoda. Muitas vezes nós não podemos dizer muita coisa, sob pena de sermos penalizados. Isto não tem a ver com falta de frontalidade, tem a ver com sabedoria. Porque sabemos aquilo que nos espera se falarmos tudo o que nos vai no coração e não podemos fazê-lo. O preço mais alto que se paga por ser incongruente só o sente mesmo quem sofre essa incongruência. É aquilo que me apetece dizer. É demasiado evidente, é estranho e é mau para o futebol português. Temos lances recentes que não caem bem em ninguém e há muita gente que fica mal na fotografia.»
Wendell tem sido pouco utilizado. Está de saída já em janeiro?
«Podia ser politicamente correto, dizer que é tema da direção, mas respeito o jogador. É verdade que há alguma celeuma em volta da situação dele. Talvez tenha vontade de ir para outro espaço diferente, o mês de janeiro é sempre muito agitado e vamos ter de ser criteriosos na forma como vamos gerir esse espaço de mercado. O Wendell tem sido muito profissional, mas tenho gente que me dá totais garantia, há muitas opções para aquele espaço, tem sido uma questão de opção. O que quero é que os grandes reforços sejam os que vêm de dentro, quem entra fá-lo com grande compromisso, o que quero é ter toda a gente disponível para poder jogar. Reconheço que tenho um plantel demasiado extenso e isso leva a alguma insatisfação.»
Que impacto tiveram as declarações de Eustáquio após o jogo com o Midtjylland?
«Sinceramente, não consigo entender onde possam querer pegar em algo diferente do que disse. Ele disse que podíamos ter feito mais golos, aproveitar mais as situações que criámos. E eu entronquei nesse aspeto, não há grande coisa a contestar. Causou incómodo mas não nos colegas, mas no Eustáquio. No outro dia de manhã veio ter comigo porque quiseram fazer daquilo um problema. Claro que me agrada este sentimento de exigência dos jogadores, porque é a essência FC Porto. De resto, as frases colocam muito uma com a outra, as minhas e as do Eustáquio.»
Otávio admitiu recentemente que passou por um período mais difícil
«Ele enalteceu duas pessoas, a Dr.ª Vera e Dr. André, que têm feito um trabalho muito meritório com ele. Muitas vezes a maior força do ser humano é aceitar a sua imperfeição, é uma área que me cativa, área da psicologia, sei que tem uma influência muito grande no rendimento das pessoas. Os meus filhos com 8 e 10 anos recorrem a esser tipo de serviço. Também têm um pai que tem pancada... Mas é preciso gente que saiba lidar com estes problemas e ele percebeu que precisava de lago mais. Fê-lo e fê-lo bem. O clube está muito bem munido nesse aspeto e só faz bem as pessoas recorrerem a quem está ali.»