"Toda a gente devia viver aquilo uma vez na vida. Espero que, para mim, tenha sido a primeira de muitas". As palavras são de Rui Borges que, ainda na 'ressaca' das emoções vividas com a conquista do bicampeonato do Sporting, deu uma grande entrevista ao jornal e ao canal de televisão do clube. A preparar a final da Taça de Portugal frente ao Benfica (domingo, 17H15), o treinador já sonha com o 'tri' - "é o sonho de todos nós, será o nosso principal propósito", diz -, não se cansa de sublinhar que "família é palavra mais certa para definir o Sporting". Leia abaixo alguns dos temas abordados

Sobre Frederico Varandas: "No primeiro abraço que lhe dei depois do jogo agradeci pela confiança  e por acreditar numa equipa técnica que não tinha um passado tão glorioso  quanto isso. Era mais trabalho do que outra coisa, porque não tínhamos troféus nenhuns. (...) Desde o primeiro segundo que senti que gostou muito de mim enquanto pessoa e só posso agradecer. Jamais vou esquecer a oportunidade que me deu e a coragem de apostar em nós".

Chegada ao Sporting: "Não consegui desfrutar do Natal pelo melhor motivo do mundo. O grupo é fantástico, não tem egos, ninguém se acha melhor ou pior"

Jogos que ficam na memória: "O primeiro jogo, com o Benfica, foi importante. Estávamos em segundo e voltámos a passar para o primeiro lugar. O jogo em Guimarães também, um ambiente muito difícil. (...) O jogo que me marcou mais acabou por ser com o Gil Vicente. No meu discurso antes do jogo disse que o jogo do título não ia ser com o Benfica, mas sim naquele dia. Disse que era aquele jogo que nos ia dar o título. (...) Quando o Quaresma fez golo, corri como um 'tontinho' (risos). Ninguém precisa de fazer eletrocardiogramas nos próximos meses!"

Nunca vejo aquele rapaz triste, está sempre a puxar pelos colegas
Rui Borges sobre Franco Israel

Treinador do Sporting

Taça de Portugal: "O maior sonho era ser campeão nacional e felizmente concretizei-o, mas como venho de escalões inferiores o primeiro sonho era disputar a final da Taça por toda a beleza, envolvimento, cultura. (...) Acredito que seja uma linda festa, mas quero ganhar. Vou fazer tudo para conquistar a Taça de Portugal."

Ninguém precisa de fazer eletrocardiogramas nos próximos meses!
Rui Borges

Treinador do Sporting

De Gyökeres a Hjulmand: "O Morten tem uma personalidade muito própria e ganha o respeito logo com a sua imagem pelo carácter e tranquilidade. Respeitamo-lo logo, no momento, no bater do olhar. Tem sido um grande líder dentro e fora de campo, dá um grande exemplo, tal como o Viktor. Ninguém pode ficar atrás do que eles tentam dar à equipa. São muito agregadores na atitude, na ambição. Foram dois pilares. Também não posso esquecer jogadores muito importantes para o balneário como o Nuno Santos, que esteve lesionado e tem uma resiliência diária. É impossível não olharmos para ele como um exemplo. Quer ser melhor, voltar e ganhar. O Matheus Reis e o Ricardo Esgaio ganharam tudo no Sporting e são muito importantes porque são a imagem do Clube. Olham para ele e respeitam-nos quando falam porque conquistaram essa valorização no grupo com muito trabalho. O Daniel Bragança teve uma lesão grave e é capitão de equipa, olham para ele como um símbolo da nossa formação. Tem grande resiliência, tal como o Nuno Santos. Deixo uma palavra, também, para o Francisco Trincão e o Franco Israel. O Trincão foi dos que mais me surpreendeu. A ver de fora, olhava para ele como um jogador especial no sentido técnico, mas a capacidade de trabalho tem sido indescritível. Achava que era só um virtuoso, mas não. Até pode perder 20 bolas que nunca o vou chatear. Tem um compromisso fenomenal com a equipa e por isso é que ele é muito melhor do que era quando foi para o Barcelona, por exemplo. Quanto ao Franco: temos dado muito valor ao Rui Silva, que tem demonstrado ser um grande guarda-redes e isso deixa-me muito feliz, mas o Franco tem uma personalidade que eu adoro. Falam muito da amizade dele com o Trincão, mas ele é muito amigo de toda agente. Respeitou sempre a minha opção de apostar no Rui Silva e tem um dia-a-dia feliz. Nunca vejo aquele rapaz triste, está sempre a puxar pelos colegas. É impossível não sorrir ao lado dele e não ter vontade de lhe dar um abraço. Todos são especiais, mas falei aqui de alguns dos quais não se fala tanto".