Hélder Carvalho dirigiu o Sporting-Estoril de ontem. O madeirense, filiado na AF Santarém, tentou intervir o menos possível quer em termos técnicos, quer em termos disciplinares. A sua boa intenção colheu frutos em vários momentos (excelente a vantagem para o segundo golo do Sporting), mas também levou-o a cometer alguns equívocos, que podem seguramente ser importantes na sua autoanálise e evolução.

Segue resumo dos momentos mais relevantes do encontro

2' Matheus Reis puxou a camisola de Guitane de forma ostensiva. Depois ainda protestou e pontapeou a bola para longe. Pela acumulação de condutas antidesportivas, expôs-se à advertência.

5' Fresneda encostou em Pedro Amaral mas antes foi atingido na cara pela mão deste, em gesto imprudente. Na sequência do pontapé livre, Gonçalo Inácio inaugurou o marcador, partindo de posição legal. Boa decisão da equipa de arbitragem.

30' João Carvalho pisou o pé de Trincão, em abordagem que pareceu negligente. O árbitro fez leitura distinta.

32' Pedro Álvaro carregou Gyokeres de forma antidesportiva (braço em torno do pescoço do sueco). A infração devia ter sido sancionada com cartão amarelo.

33' Edu agarrou o braço esquerdo de Guitane, impedindo-o de iniciar saída rápida. Foi advertido com justiça.

36' Mérito para Hélder Carvalho, pela forma como se absteve de sancionar um fora de jogo, permitindo contra-ataque rápido do Sporting. Na sequência, Gyokeres marcou o segundo da sua equipa. "Metade do golo" foi do árbitro.

50' Lance que gera sempre dúvidas, entre o amarelo "alaranjado" ou o vermelho. Na nossa opinião, Xeka expôs-se demasiado e devia ter sido expulso. Apesar da ausência de malícia, o médio do Estoril entrou tarde (bola fora do local), atingindo com a sola da bota o tornozelo do adversário, que torceu pela força e intensidade do impacto. A advertência foi demasiado curta.

66' Os árbitros estão "obrigados" a interromper o jogo quando dois jogadores caiem por força de choques violentos na zona da cabeça. Neste caso, eram ambos da mesma equipa, que até estava em desvantagem no marcador. É "proibido" deixar seguir o jogo nessas circunstâncias, mesmo que exista possível vantagem. O mais importante é a salvaguarda da saúde dos atletas. Wagner Pina e Xeka (os dois jogadores em apreço) foram substituídos poucos minutos depois. Nota: na Liga Portugal não é possível recorrer à "substituição adicional", por força de concussão cerebral. Os clubes devem rever urgentemente esta situação.

69' Lacximicant entrou com tudo sobre Gonçalo Inácio, incorrendo em infração antidesportiva. O árbitro permitiu que o jogo prosseguisse (o Sporting ficou de posse de bola) e não exibiu, como devia, o amarelo na interrupção seguinte.

83' Bola rematada por Henrique Arreiol foi travada pelo braço direito de Gonçalo Costa, que estava junto ao corpo e em posição defensiva. Na sequência, José Silva tentou passar pelo lateral adversário, havendo contacto e bola na mão (ressaltos inesperados). O árbitro esteve bem na avaliação das duas situações.

84' Golo de Gonçalo Costa sem fora de jogo. Esteve muito bem o árbitro assistente nessa análise.

86' José Silva entrou em carrinho deslizante sobre Gonçalo Costa, cometendo infração que nos pareceu negligente. O árbitro teve outro entendimento.

90'2 João Carvalho foi batido por contato físico legal de Gyokeres e, já no solo, teve o impulso fatal de levar a mão direita na direção da bola, desviando-a. Essa ação é ilegal e foi bem escrutinada pelo VAR: pontapé de penálti bem assinalado e vermelho bem exibido, por corte de clara oportunidade de golo.

90+7' Amarelo por exibir a Gonçalo Costa na sequência de gesto antidesportivo (braço direito na cara) sobre Geny Catamo.

NOTA: 5