
"Putin não pode sair desta guerra, porque não lhe restaria nada", escreveu Volodymyr Zelensky numa longa mensagem divulgada na rede social X.
"É por isso que está agora a fazer tudo o que pode para sabotar a diplomacia, estabelecendo condições extremamente difíceis e inaceitáveis desde o início, mesmo antes de um cessar-fogo", denunciou o líder ucraniano.
Os Estados Unidos pediram à Rússia uma trégua o mais rapidamente possível e têm exercido uma pressão considerável sobre Volodymyr Zelensky, que, na terça-feira, finalmente concordou com uma cessação das hostilidades por 30 dias, desde que a Rússia também cumpra esse plano.
Contudo, Putin expressou reservas sobre este plano e levantou "questões importantes" que precisam de ser abordadas antes que se possa chegar a uma trégua, embora não tenha rejeitado liminarmente a iniciativa do Presidente norte-americano, Donald Trump.
Zelensky diz temer que o Presidente russo "tente atolar toda a gente em discussões intermináveis", enquanto "as suas armas continuam a matar pessoas".
"Peço veementemente a todos aqueles que podem influenciar a Rússia, especialmente os Estados Unidos, que tomem medidas enérgicas", acrescentou o Presidente ucraniano.
Volodymyr Zelensky afirmou ainda que o seu homólogo russo está "a mentir sobre a situação real no campo de batalha", sobre as perdas humanas do seu exército e "o verdadeiro estado da sua economia".
"Putin não acabará com esta guerra sozinho. Mas a força da América é suficiente para o conseguir", reconheceu Zelensky, reconhecendo a capacidade negocial de Trump.
O líder ucraniano disse ainda que deseja relações normais com Trump, depois de uma reunião tensa na Casa Branca, no final do passado mês, que terminou com uma troca de palavras duras entre os dois presidentes, em frente aos jornalistas.
"As relações estreitas com os Estados Unidos são muito importantes para a Ucrânia (...) Precisamos de relações normais e eficazes", disse Zelensky, num encontro com jornalistas, hoje em Kiev.
RJP // APN
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