A presidente da UGT-Madeira, Leonilde Cassiano, assumiu, esta manhã, a sua total discordância do quadro laboral apresentado pela nova secretária da Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, que ontem, nas celebrações do 1.º de Maio, disse que "não há razões de queixa" dos trabalhadores na Região.

“Não poderia nunca concordar com a afirmação da senhora secretária. Lamentavelmente todos os dias recebemos queixas, reclamações e temos conhecimento de situações de trabalhadores que estão fora da lei, sem fiscalização, em todos os sectores. Não poderíamos de modo algum concordar em relação à afirmação que a senhora secretária fez”, declarou a representante da UGT, à entrada para uma audiência com a presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Rubina Leal.

Para Leonilde Cassiano, a avaliação do ambiente laboral na Madeira mostra realidades diversas, pois há sectores onde “existe alguma paz social” e outros “onde existem alguns desacordos”. “Há alguma paz [social], não total. Porque existem muitas reivindicações que não têm sido ouvidas durante os últimos tempos, diria até durante as últimas décadas. Muito ainda está por fazer. São ainda muitas as reivindicações dos trabalhadores. Há um caminho longo a percorrer na conquista de mais alguns direitos, que achamos que deverão ser dados aos trabalhadores”, argumentou.

O encontro com a presidente do parlamento serve para a UGT reivindicar autonomia e condições financeiras para o Conselho Económico e Social, em especial para a Comissão Permanente da Concertação Social. É que desde há 5 anos, quando este órgão passou da tutela do Governo Regional (Secretaria dos Assuntos Sociais) para a Assembleia Legislativa da Madeira, “nunca mais os parceiros sociais receberam a subvenção que está prevista” na lei. “Estamos a falar de uma subvenção que tem o valor de 10% daquilo que é dado a nível nacional. É de lamentar esta situação. Ninguém entende o porquê. Tudo temos feito para que isto seja revertido e emendado. Espero que esta nova presidente da Assembleia possa reverter esta situação, que vem dos últimos cinco anos”, concluiu.