
O Presidente norte-americano, Donald Trump, reuniu hoje o seu Conselho de Segurança Nacional para discutir o conflito entre Israel e Irão, anunciou a Casa Branca, enquanto pondera uma intervenção neste país.
A reunião, que decorreu na Sala de Situação da Casa Branca, durou cerca de uma hora e 20 minutos, disse à AP um funcionário da presidência norte-americana que pediu o anonimato.
As autoridades norte-americanas insistem que Washington não está envolvido na ofensiva israelita, salientando que Donald Trump continua a considerar todas as opções possíveis.
Segundo os media norte-americanos, as opções em cima da mesa incluem a utilização de bombas norte-americanas de alta potência, conhecidas como "destruidoras de 'bunkers'", contra a instalação nuclear iraniana de Fordo, construída debaixo de uma montanha.
Israel tem nos últimos dias visado vários alvos do programa nuclear iraniano - incluindo instalações e cientistas - mas as suas bombas não conseguem atingir alvos a tão grande profundidade como Fordo.
A cadeia televisiva NBC noticiou, com base em altos responsáveis da administração que falaram anonimamente, que entre as opções consideradas por Trump está um ataque ao Irão.
O New York Times refere que Donald Trump também poderá enviar aviões-tanque para permitir que os aviões de guerra israelitas realizem missões de longo alcance.
Trump deu hoje a entender que entre as opções consideradas pelos Estados Unidos está a eliminação do líder supremo do Irão.
O Presidente norte-americano afirmou saber "onde se esconde" o 'ayatollah' Ali Khamenei, mas afastou, "por enquanto", tomar a decisão de matá-lo.
"Sabemos exatamente onde se esconde o chamado 'líder supremo'. É um alvo fácil, mas lá ele está seguro. Não vamos eliminá-lo (matá-lo!), pelo menos por enquanto", afirmou o chefe de Estado norte-americano na sua plataforma Truth Social.
Trump advertiu que não quer "que sejam disparados mísseis contra civis ou soldados norte-americanos" e destacou que "a paciência está a esgotar-se".
"Rendição incondicional", acrescentou, noutra publicação na rede social, o Presidente norte-americano, recorrendo à escrita em letras maiúsculas, como faz frequentemente para enfatizar a mensagem.
Trump abandonou abruptamente na segunda-feira a cimeira do bloco das sete economias mais industrializadas do mundo (G7) a decorrer no Canadá e regressou na madrugada de hoje a Washington.
O Presidente norte-americano sugeriu que a ofensiva ocorreu porque expirou o prazo que impôs a Teerão para fechar um acordo nuclear.
Israel iniciou em 13 de junho uma ofensiva contra o Irão, alegando ter como alvo o programa nuclear do país e a capacidade de fabrico de mísseis.
O Irão respondeu com o lançamento de mísseis e 'drones' contra diversas cidades israelitas.
Desde sexta-feira, terão morrido mais de 200 pessoas no Irão e cerca de três dezenas em Israel devido aos bombardeamentos mútuos, segundo as duas partes beligerantes.
Trump, afirmou hoje que os Estados Unidos (EUA) "têm agora o controlo total e completo dos céus do Irão", após a vaga de bombardeamentos do Exército israelita.
Segundo o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a ofensiva, ainda em curso, já destruiu "um grande número" de lançadores de mísseis e metade dos 'drones' (aeronaves não-tripuladas) de Teerão.
As suas declarações surgiram minutos depois de o vice-presidente norte-americano, JD Vance, ter confirmado que Trump poderá considerar necessário adotar "mais medidas" para travar o programa de enriquecimento de urânio do Irão.
O vice-presidente norte-americano advertiu o Irão de que pode desistir do enriquecimento de urânio mantendo a sua indústria atómica para fins pacíficos, comentando que ainda não viu "um único bom argumento" que justifique a violação das "obrigações em matéria de não-proliferação".
"Não vi uma única boa resposta às conclusões da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA)", sentenciou.