A informação foi comunicada pelo governador democrata do estado da Califórnia, Gavin Newsom, depois de alegadamente ter sido informado pela Casa Branca.

Trump começou por anunciar no passado sábado o envio de 2.000 membros da Guarda Nacional da Califórnia, sem a aprovação do governador do estado, que é o comandante-chefe destas tropas no estado, na primeira vez em 60 anos que o executivo norte-americano se impõe desta forma.

O procurador da Califórnia, Rob Bonta, apresentou uma ação judicial contra a Administração Trump, alegando que a medida tomada pela Casa Branca configura "abuso da autoridade do governo federal e violou a Décima Emenda" da Constituição.

A presidente democrata da Câmara Municipal de Los Angeles, Karen Bass, garantiu que o perímetro dos confrontos se confina a "algumas ruas" do centro da cidade, mas segundo Trump, a metrópole californiana teria sido "varrida do mapa" se ele não tivesse decidido enviar a Guarda Nacional.

A afirmação do Presidente foi desmentida pelo procurador do distrito de Los Angeles, Nathan Hochman. "Não assistimos a nenhuma agitação civil em grande escala que exigisse 2.000 guardas nacionais e 500 ou 700 soldados adicionais", afirmou em declarações ao canal NewsNation.

Newsom denunciou, entretanto, a situação de sobrelotação de Los Angeles, onde os primeiros soldados para aí destacados se deparam falta de alimentos e água.

"Não há comida, não há água. Apenas cerca de 300 estão destacados; os restantes estão inativos, sem uso, em edifícios federais, sem ordens", denunciou o governador democrata numa mensagem na rede social X.

A ação da Casa Branca, acrescentou o governador, "não tem a ver com a segurança pública", mas com a "satisfação do ego" do Presidente dos EUA. "Isto é imprudente. É fútil. E desrespeitoso para com as nossas tropas", insistiu. -

Gavin Newsom - "Newscam" [nova escumalha], na alcunha que Trump repete - é considerado um potencial candidato à Casa Branca em 2028, e é um dos alvos preferidos do republicano, que afirmou na segunda-feira que seria "ótimo" prendê-lo.

Aos quatro mil efetivos da Guarda Nacional da Califórnia vai juntar-se um batalhão de fuzileiros navais norte-americanos, com o pretexto de conter os protestos contra as recentes rusgas de imigração, segundo o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

"Aproximadamente 700 fuzileiros navais" serão integrados nas forças da Guarda Nacional "que estão a proteger as pessoas e os bens federais na área metropolitana de Los Angeles", declarou o Pentágono num comunicado.

Os soldados serão deslocados para proteger edifícios federais na cidade. Atualmente, apenas algumas dezenas de soldados estão destacados para guardar o complexo federal no centro de Los Angeles, que inclui o centro de detenção de imigrantes.

Os Serviços de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) e os tribunais de imigração localizados no complexo federal suspenderam os serviços ao público na segunda-feira.

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