Donald Trump vai recuperar um antigo funcionário da sua primeira administração, Stephen Miller, para o cargo de vice-chefe de gabinete da Casa Branca para questões políticas, avançou esta segunda-feira a CNN Internacional.

Miller é um dos mais conhecidos responsáveis pela política anti-imigração da campanha de Donald Trump, sendo um defensor de medidas muito restritivas para a imigração, especialmente sobre imigrantes latinos. Durante a campanha, o ex-conselheiro da primeira Presidência de Trump foi considerado como o “principal arquiteto” da proposta de deportações em massa de imigrantes em situação irregular.

Além de Stephen Miller, o vice-presidente eleito, J.D. Vance, também é um defensor de políticas migratórias mais rigorosas e duras, repetindo a meta de um milhão de pessoas expulsas do país por ano. Vance pareceu confirmar a escolha de Trump sobre Miller, congratulando-o numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

Stephen Miller propôs, em discursos, que o objetivo da próxima administração de Trump é o de aumentar o número de deportações para um milhão por ano.

Entre 2017 e 2021, Miller manteve-se sempre junto a Trump e à Casa Branca, mesmo quando muitos membros do executivo foram caindo ao longo dos anos. Como um dos conselheiros próximos do Presidente, foi, com o controverso Steve Bannon, um dos principais responsáveis pela lei cunhada como “interdição de muçulmanos” (do inglês “muslim ban”), aprovada logo no início do mandato de Trump e que durou apenas três meses, depois de uma onda de contestação de ativistas e organizações de direitos humanos.

Outras políticas para as quais Stephen Miller contribuiu, e que tiveram um grande impacto na resposta à entrada de imigrantes pela fronteira com o México, incluíram o famoso muro sobre a fronteira, além de uma lei de 2018, que levou à separação de milhares de famílias e crianças em centros de imigração.

Ainda no tema da imigração, Donald Trump anunciou, também, numa publicação na sua rede social Truth Social, que Tom Homan será apontado como diretor da agência de proteção alfandegária, a ICE. Trump disse que Homan será “responsável pelas fronteiras da nação (um ‘border czar’), incluindo, mas não apenas, a fronteira a sul, a norte, todas as fronteiras marítimas e segurança aérea”.

Segundo a agência Reuters, várias organizações de direitos humanos e associações de proteção a imigrantes estão muito preocupadas com estas escolhas, dada a perspetiva de várias pessoas serem deportadas dos EUA sem julgamento prévio.