A Universidade da Madeira, em parceria com a Universidade de Vigo (Espanha), promove, de 14 a 16 de Maio, o colóquio internacional ‘A luta regional e local contra a desinformação na era da globalização e da pós-Verdade’.

Conforme noticiou o DIÁRIO, o evento traz conceituados professores e investigadores nacionais e internacionais que apresentam em diferentes painéis temáticos diversas perspectivas sobre a desinformação.

O período de inscrições fecha esta segunda-feira, 12 de Maio. Pode preencher o formulário de inscrição aqui. O pagamento da inscrição deverá ser feito por transferência bancária para o IBAN PT50.0033.0000.00008562288.05 (Universidade da Madeira). O comprovativo de transferência bancária deve ser enviado para o email coloquiodesinformacao@mail.uma.pt com o assunto "Inscrição no Colóquio Desinformação". Os alunos e os docentes/investigadores da UMa, bem como o público em geral poderão assistir gratuitamente ao evento mediante inscrição prévia (sem emissão de certificado de presença e sem participação no coffee-break). Inscrição sujeita à lotação da sala. Para esclarecimentos de dúvidas: coloquiodesinformacao@mail.uma.pt.

Programa em detalhe

No primeiro dia, na parte da manhã, debatem-se questões relacionadas com a legislação e a política. À tarde, aborda-se a desinformação em contexto local. Quanto à legislação, Marius Dragomir, do Media and Journalism Research Center (Madrid), que abre o ciclo de intervenções, com uma comunicação sobre “a aplicação na Europa das leis europeias sobre liberdade dos meios de comunicação e dos serviços digitais”.

No painel sobre desinformação política, o orador será José Ruas, professor e investigador da Universidade de Vigo, que também é coordenador de vários projectos de investigação na área da desinformação que são apoiados pelo Ministério da Ciência do Governo de Espanha, nomeadamente o projecto Fakelocal. Fala sobre a “desinformação político-eleitoral: perspectiva crítica e proposta de acção”.

Segue-se a comunicação de Eva Aladro Vico, professora catedrática da Universidade Complutense de Madrid e investigadora com vasto currículo na área da comunicação, de onde se destaca a direcção de uma revista académica e de um reputado grupo de investigação. A sua intervenção é sobre as “estratégias de desinformação no populismo de extrema-direita em Espanha e nos EUA: antipolítica, simplificação e esvaziamento semântico”.

Na parte da tarde, abordar-se-á a desinformação em contexto local, com a apresentação de duas visões diferentes, por parte dos responsáveis de dois projectos de investigação, um de Espanha (Fakelocal) e outro de Portugal (MediaTrust.Lab), José Ruas e Pedro Jerónimo. Este último é investigador da Universidade da Beira Interior e responsável pelo projecto que apresenta. Trata-se de um estudo pioneiro sobre desinformação local em Portugal, que procura identificar e analisar estratégias e práticas de ‘fact-checking’ por jornalistas dos ‘media’ regionais e a potencial colaboração das audiências no processo.

No segundo dia, no painel sobre a desinformação e os media, três destacados jornalistas regionais prestam o seu contributo, apresentando o seu ponto de vista sobre a temática. Ricardo Miguel Oliveira, director geral editorial do DIÁRIO de Notícias da Madeira, falará sobre “a prova dos factos”; Paulo Jardim, responsável da área da informação da RTP-Madeira, sobre ‘Desinformação vs. Falta de informação vs. Estou-me a borrifar’; e Paulo Santos, coordenador de informação da RDP-Madeira, sobre “o papel da rádio e do serviço público no combate à desinformação”.

No painel de literacia mediática, Miguel Fernandes Luís, jornalista do DIÁRIO de Notícias da Madeira e membro da Associação Literacia para os Media e Jornalismo, conta-nos um “caso prático de formação em literacia mediática na Região Autónoma da Madeira”.

No último dia, no painel sobre desinformação organizacional, Sónia Gonçalves, professora convidada da Universidade da Madeira e investigadora na área da comunicação, foca-se no “impacto da desinformação nas empresas, marcas, instituições e organismos”.

No painel desinformação e inteligência artificial, Samuel Mateus, director do 1.º Ciclo em Comunicação, Cultura e Organizações da Universidade da Madeira e coordenador do Grupo de Trabalho de Comunicação Política da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (Sopcom), aborda “os riscos de desinformação na era da inteligência artificial generativa”.

Encerra os trabalhos Pablo Gamallo, professor, investigador da Universidade de Santiago de Compostela e coordenador de diversos projectos de investigação na área do processamento de linguagem natural e ‘text mining’ (mineração de texto, conjunto de técnicas que visa extrair informações úteis e padrões de dados textuais não estruturados), que destaca os “modelos de linguagem ampla para a detecção de notícias hiperpartidárias”.

Pode descarregar e consultar o programa aqui.

Anexo (PDF): Programa final