
A Solverde e a Spinumviva, empresa familiar do primeiro-ministro Luís Montenegro, decidiram cessar contrato. O anúncio foi feito através de um comunicado esta quarta-feira divulgado.
“Não obstante a Spinumviva ter cumprido integralmente as suas obrigações para com a Solverde e prestado continuamente os seus serviços de forma profissional, entenderam as duas empresas, ponderando o atual contexto e visando exclusivamente a salvaguarda do bom nome e da reputação de ambas, que a cessação da referida relação de prestação de serviços constitui, nas atuais circunstâncias, a solução mais adequada", lê-se no comunicado da Solverde.
A empresa que gere vários casinos e hotéis em Portugal diz que “a decisão revela-se essencial para proteger a Solverde”, diante do “turbilhão mediático” e dos “ataques” que “têm vindo a colocar em causa a sua integridade e o seu prestígio”.
O que aconteceu?
O caso arrasta-se desde meados de fevereiro, quando se tornou pública a existência de uma empresa familiar que ainda estava na esfera de Luís Montenegro. Na última semana, o tema subiu de tom com a notícia do Expresso de que a Solverde é um dos principais clientes da Spinumviva, a quem pagava 4.500 euros por mês.
A polémica fez Luís Montenegro falar ao país em horário nobre no último sábado. O chefe do Governo disse que “para alguns os esclarecimentos nunca serão suficientes”, criticou a oposição de alimentar o caso e ponderou avançar com uma moção de confiança, num discurso sem direito a perguntas no fim.
O primeiro-ministro anunciou que entregou aos filhos a gestão da Spinumviva, que antes estava no nome da mulher, com quem é casado em comunhão total de bens adquiridos.
Moção de censura votada esta quarta-feira
Pouco depois da declaração do primeiro-ministro, o PCP anunciou uma moção de censura ao Governo, que é debatida e votada esta quarta-feira no Parlamento.
Espera-se que, assim como a moção apresentada pelo Chega na última semana, esta seja chumbada. O PS já anunciou que não pretende viabilizá-la.