A saúde foi um dos tema em destaque no debate de hoje dos partidos sem assento parlamentar que concorrem às legislativas, com alguns a criticaram a má gestão no SNS e outros a defenderem a valorização das carreiras.

Num debate no qual a RTP juntou hoje os 12 partidos sem representação parlamentar foram igualmente abordados questões ligadas às energias renováveis, habitação, corrupção, imigração e regionalização, além das queixas ao atual sistema político e a cobertura que os órgãos de comunicação social dão aos pequenos partidos.

O co-presidente do Volt Portugal, Duarte Costa, disse que a saúde é um dos problemas que mais preocupa os portugueses e defendeu que é necessário tornar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) mais eficiente e acessível, propondo para tal a valorização dos profissionais de saúde e as progressões nas carreiras pelo mérito.

Duarte Costa defendeu também o aproveitamento de profissionais de saúde como os médicos tarefeiros, a digitalização do SNS e ainda a aposta na saúde preventiva.

O presidente do Nós, cidadãos!, Joaquim Rocha Afonso, considerou que "Portugal tem uma saúde de excelência no SNS" e que se "recomenda a muitos países do mundo civilizado ocidental", mas criticou a existência da Direção Executiva do SNS que alegou ser "uma estrutura megalómana" que "não faz qualquer sentido em existir".

"É preciso cortar na gordura [do SNS], cortar nos dirigentes. Há mais do que dinheiro suficiente para a saúde, mas temos problemas de gestão e há falta de coragem para assumir decisões impopulares", precisou Joaquim Rocha Afonso.

Também Márcia Henriques, presidente do Reagir Incluir Reciclar (RIR), o segundo partido mais votado em 2024 (26.121 votos), disse que "há uma falta de gestão" e "de eficácia na gestão" no SNS, defendendo que o Estado deve contratar médicos recém-formados para colocar nas Unidades locais de Saúde (ULS).

"Porque é que o Estado não contrata recém-formados que saem das faculdades e saíam para ir trabalhar para o privado. Porque não são contratados para ir para as ULS", questionou.

Por sua vez, Joana Amaral Dias, cabeça de lista da Alternativa Democrática Nacional (ADN) por Lisboa, defendeu o fim da Interrupção Voluntária da Gravidez paga pelo Estado ao lamentar que há "um número crescente de mulheres no Serviço Nacional de Saúde que fazem abortos sem qualquer justificação médica".

A candidata do ADN, o mais votado dos pequenos partidos nas legislativas de 2024 (102.132 votos), criticou também o número de mulheres estrangeiras que fazem abortos no SNS, aproveitando para condenar os milhares de imigrantes que estão no país "com cadastro e sem contrato de trabalho".

O presidente do Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, considerou que "existe uma saúde para uns e uma saúde para outros" e defendeu que os médicos devem ser obrigados a ficar no SNS. Para tal, afirmou, devem ser melhor pagos e dar-lhe melhores condições de trabalho.

Questionado sobre como pretende aumentar a despesa do Estado, Rui Fonseca e Castro respondeu: "tira-se de outros sítios, acaba-se com rendimento social de inserção, com o subsídio de desemprego para imigrantes, acaba-se com o financiamento a associações e ONG'S de apoio aos imigrantes ou ao movimento político do grupo LGBTQ+".