
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, afirmou hoje que o PS ainda pode, neste último dia de campanha eleitoral, dizer sim às condições do Livre para negociar um eventual governo de esquerda.
"O PS, no último dia da campanha, ainda pode dizer que sim às condições que o Livre estabelece", insistiu, no Palácio de Cristal, no Porto, onde foi ver uma árvore que o Livre plantou o ano passado.
Dizendo que nestas últimas horas as pessoas ainda podem refletir e escolher o que querem para o país, Rui Tavares, rodeado dos candidatos pelo círculo eleitoral do Porto, considerou que também os outros partidos à esquerda, designadamente o PS, ainda estão a tempo de dizer sim a negociar um governo de progresso e ecologia.
Porque, acrescentou, o Livre está atingir os seus objetivos e pode trazer mudança nestas eleições legislativas, tornando-se num partido charneira para a política portuguesa.
As condições que o Livre põe em cima da mesa para negociar um governo à esquerda são sete: um primeiro-ministro não pode ter empresas como a Spinumviva, empresa da família do presidente do PSD, Luís Montenegro, os ministros devem ser auditados antes de assumir funções, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não pode ser privatizado, o investimento deve ser reforçado na educação e habitação, deve-se apoiar a Ucrânia e reconhecer a independência da Palestina.
"Estas sete condições são muito claras, ainda vão muito bem a tempo de dizer neste último dia que aceitam essas condições para dar esperança às pessoas", referiu.
Havendo um sim a estas condições, o Livre está disponível para começar a negociar um novo governo que acabe com o "governo das confusões de Luís Montenegro", disse.
Continuando nos apelos, Rui Tavares considerou que é através do Livre que no domingo o país pode ter a boa notícia de que o ciclo político está a começar a virar.
Sobre os apelos ao voto útil, o dirigente do Livre entendeu que esses são maus para a esquerda porque a preocupação não deve ser em roubar deputados entre partidos da esquerda, mas sim à direita.
"Nós não queremos estar a roubar outros deputados à esquerda, nós queremos estar a ir buscar representação parlamentar aos partidos de direita que aumentaram a sua representação nos últimos anos", atirou.
No distrito do Porto, onde o Livre encerra hoje a campanha eleitoral, o partido conseguiu nas últimas legislativas 37.319 votos elegendo, pela primeira vez, um deputado.