
Na sequência dos ataques de Israel contra dezenas de alvos em território iraniano, incluindo infraestruturas militares e nucleares em Teerão, vários países apelaram à contenção, alertando para o risco de uma escalada militar no Médio Oriente. Mas também têm sido dirigidas muitas críticas à “ação unilateral” de Israel.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, afirmou que é “crucial” que os aliados de Israel trabalhem para travar a escalada de tensões. “É agora fundamental que muitos aliados, incluindo os Estados Unidos, se empenhem em desescalar o conflito. Sei que estão a fazer isso e penso que deve ser a prioridade”, declarou Rutte, em conferência de imprensa em Estocolmo, classificando o ataque como uma “ação unilateral” de Israel, segundo a agência AFP.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu a situação como “profundamente alarmante”. "A Europa apela a todas as partes para que deem provas da máxima contenção, reduzam imediatamente a escalada e se abstenham de retaliações", escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.
Também António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, apelou à “máxima contenção”. Num comunicado, o porta-voz da ONU, Farhan Haq, condenou, de um modo geral, “qualquer escalada militar no Médio Oriente” e referiu que Guterres está “particularmente preocupado” com os ataques israelitas a instalações nucleares iranianas, numa altura em que estavam previstas negociações entre os Estados Unidos e o Irão.
A China alertou para as possíveis consequências graves dos ataques. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, sublinhou que Pequim se opõe “a qualquer violação da soberania, segurança e integridade territorial do Irão”. O Governo chinês apelou ainda a todos os intervenientes para que contribuam para a paz e estabilidade na região, afirmando estar disponível para desempenhar um papel construtivo na redução das tensões.
Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia alertou que os ataques israelitas podem desencadear um conflito mais alargado e acusou Israel de rejeitar soluções diplomáticas para os problemas da região. O Governo turco instou Israel a pôr termo às suas “ações agressivas”. “Israel deve pôr fim imediato às suas ações agressivas, que podem desencadear novos conflitos”, afirmou o ministério, num comunicado citado pelo “Guardian”.
Outros países, como o Reino Unido, a Itália, a Austrália e a Nova Zelândia, apelaram igualmente à contenção de ambas as partes. “A escalada do conflito não beneficia ninguém. A estabilidade no Médio Oriente deve ser a prioridade”, declarou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reforçando a necessidade de “um regresso à diplomacia”.
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Takeshi Iwaya, condenou “veementemente” os ataques israelitas, mas também apelou à moderação de todas as partes envolvidas, sublinhando que a estabilidade no Médio Oriente é essencial para Tóquio.