Um estudo recente revela que as pessoas que dormem mais horas ao sábado e ao domingo podem estar a diminuir o risco de desenvolver uma doença cardíaca. A conclusão é de uma investigação feita no Reino Unido e apresentada no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Londres.
Para este estudo foi usada uma amostra de mais de 90.900 pessoas. Entre elas, 19 mil cumpriram os critérios para serem considerados indivíduos com falta de sono – e esses foram acompanhados ao longo de 14 anos, sendo analisado o estilo de vida e os registos clínicos de cada um e identificados aqueles que tiveram doenças, insuficiência cardíaca, ritmo cardíaco irregular ou acidentes vasculares cerebrais.
As pessoas com falta de sono que dormiram mais um bocadinho ao fim de semana viram o risco de desenvolver uma doença cardíaca diminuir um quinto, comparando com as pessoas que não dormiram horas extra ao sábado e ao domingo.
Os efeitos do sono compensatório
De acordo com as conclusões do estudo, quem conseguiu dormir mais (entre 1.28 e 16.06 horas) no fim de semana teve 19% menos probabilidade de desenvolver doenças e um risco 20% mais baixo de ter doença cardíaca, em específico.
“O sono compensatório está associado a um menor risco de doença cardíaca. A associação torna-se ainda mais vincada entre os indivíduos que têm regularmente um sono inadequado durante a semana”, declarou Yanjun Song, autor do estudo e investigador no Fuwai Hospital, em Pequim.
“Os nossos resultados mostram que, entre a grande parte da população na sociedade moderna que não consegue dormir, aqueles que conseguem compensar no fim de semana têm taxas mais baixas de doenças de coração do que o resto”, reforçou Zechen Liu, co- autor do estudo
James Leiper, diretor médico na British Heart Foundation, citado pelo jornal Independent, afirma que esta investigação é “um lembrete importante de que devemos tentar ter pelo menos sete horas de sono noturnas”.
“Sabemos que a falta de sono pode afetar o nosso bem-estar", frisou. “Aguardam os estudos futuros que nos ajudem a compreender melhor como os nossos padrões de sono têm impacto no coração e como podemos adaptar os estilos de vida modernos de modo a melhorar a nossa saúde.”