O enviado dos Estados Unidos a Moscovo, Steve Witkoff, elogiou o Presidente russo, Vladimir Putin, considerando-o digno de confiança, acrescentando que o líder russo lhe disse que tinha ido à igreja para rezar pelo seu "amigo" Donald Trump.

"Não considero Putin um mau tipo. É uma situação complicada, esta guerra, e todos os ingredientes que a ela conduziram", afirmou o enviado especial norte-americano referindo-se à guerra na Ucrânia, iniciada há mais de três anos com a invasão russa do país vizinho, no 'podcast' do radialista conservador Tucker Carlson, que entrevistou o Presidente russo no ano passado.

Putin é desde março de 2023 alvo de um mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), por suspeita de deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia.

O enviado norte-americano reuniu-se com o chefe de Estado russo há dez dias em Moscovo.

Putin "rezou pelo Presidente" Trump

"Acho que ele foi franco comigo", declarou Witkoff neste 'podcast' transmitido na sexta-feira à noite, contando como o Presidente russo lhe deu um "retrato magnífico" do homólogo norte-americano, Donald Trump.

"E [ele] contou-me uma história (...) sobre como, quando o Presidente foi baleado (durante a campanha presidencial), foi à sua igreja local, ao encontro do seu padre, e rezou pelo Presidente - não porque ele poderia tornar-se Presidente dos Estados Unidos, mas porque tinha uma amizade com ele e estava a rezar pelo seu amigo", relatou.

"Transmiti esta mensagem ao nosso Presidente, entregando-lhe também o quadro, que manifestamente o emocionou", disse.

Trump escapou a uma tentativa de assassínio durante uma ação da campanha eleitoral para as presidenciais norte-americanas, em julho de 2024, tendo apenas sido atingido de raspão por uma bala numa orelha.

Conversações na Arábia Saudita

Responsáveis norte-americanos, ucranianos e russos realizarão na próxima segunda-feira conversações separadas na Arábia Saudita, numa tentativa de acordar uma trégua nos ataques às infraestruturas energéticas dos dois países, após três anos de ofensiva russa que fizeram dezenas de milhares de mortos.

Quanto ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com quem Trump perdeu a paciência durante uma reunião recente na Sala Oval da Casa Branca, o enviado norte-americano considerou que ele está a "fazer o seu melhor".

"Ele está numa situação muito, muito difícil (...) Este é o melhor momento para ele chegar a um acordo", afirmou.