O Presidente russo, Vladimir Putin, disse esta quinta-feira que a Eslováquia se ofereceu para ser uma plataforma de possíveis conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, que estão em guerra há quase três anos.
O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, indicou que, se houver negociações, "eles ficariam felizes em fornecer a plataforma" para acolher o diálogo, declarou Vladimir Putin em conferência de imprensa.
"Não somos contra", afirmou Putin sobre a oferta de mediação, elogiando a "posição neutra" da Eslováquia.
Robert Fico, um dos poucos líderes europeus que se manteve próximo do Kremlin (Presidência russa) desde a invasão russa da Ucrânia, visitou Moscovo no dia 22 de dezembro.
Com esta visita, o líder eslovaco tentou romper com a política de isolamento a Vladimir Putin aplicada pelo Ocidente, que se esforça por formar uma frente unida no seu apoio a Kiev.
Fico, que voltou a liderar o Governo da Eslováquia, país membro da União Europeia (UE) e da NATO, desde o outono de 2023, decidiu interromper toda a ajuda militar à Ucrânia e tem apelado para a realização de conversações de paz.
O primeiro-ministro eslovaco critica ainda Kiev por pôr em perigo o fornecimento de gás russo ao seu país, do qual é dependente.
A hipótese de negociações de paz para pôr fim ao conflito na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022, tem sido uma hipótese cada vez mais próxima, desde a vitória eleitoral de Donald Trump nas presidenciais realizadas nos Estados Unidos em novembro.
Donald Trump, que foi Presidente norte-americano entre 2017 a 2021 e tem sido um crítico do apoio militar a Kiev, prometeu repetidamente durante a campanha eleitoral restaurar a paz na Ucrânia "em 24 horas" e apelou para um "cessar-fogo imediato" seguido de negociações.
Mas a incógnita em torno do seu suposto plano suscita preocupações na Ucrânia, que enfrenta dificuldades na linha da frente de combate e depende da ajuda financeira e militar ocidental e teme ser forçada a um acordo desfavorável.