Num comunicado de quatro pontos, enviado esta manhã de quarta-feira às redações, a vereadora Inês Drummond anuncia que renuncia ao mandato na Câmara Municipal de Lisboa.

(…) renuncio ao mandato de vereadora que exerço há três anos de forma não remunerada. Faço-o com o sentimento de dever cumprido e consciência de total transparência e regularidade dos atos que pratiquei, sempre na prossecução do interesse público que norteou toda a minha vida cívica e política", lê-se no quarto e último ponto do comunicado.

O Ministério Público deduziu acusações contra 60 arguidos no âmbito do processo Tutti Frutti por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência. Entre os acusados estão dois deputados do PSD e autarcas deste partido e do PS.

Quanto a Inês Drummond, vinca que, e depois de conhecida a acusação do Ministério Público no âmbito do processo Tutti-Frutti, “é inequívoco, (…) que em nenhum momento fui considerada suspeita do recebimento de qualquer vantagem ou benefício pessoal. Não podia ser de outra forma, dado que estou totalmente certa e convicta da lisura que sempre apliquei na defesa do interesse público”.

Porém, prossegue, “o MP continua a estabelecer imputações com base num pressuposto que configura um erro: uma pretensa amizade que não existe, relativamente à contratação de uma empresa que não beneficiei, e à qual, inclusivamente, apliquei sanções pelo incumprimento do contrato”.

Algo que não preocupa a agora ex-vereadora de Lisboa: “Estou muito tranquila com o desenrolar do processo, sabendo que nada de errado fiz e certa de que isso ficará demonstrado na fase de instrução - na qual, pela primeira vez, intervém um juiz”.

Fernando Medina, ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e Duarte Cordeiro, ex-ministro do Ambiente, dirigentes do PS, não foram acusados pelo Ministério Público.