Numa declaração na rede social X, Denis Mukwege também pediu sanções contra o Ruanda, que supostamente apoia o movimento rebelde 23 de Março (M23).
"Quando é que a comunidade de Estados deixará de fechar os olhos à tragédia congolesa e de aceitar ou tolerar violações sistemáticas do direito internacional e dos direitos humanos", questionou Mukwege.
O Prémio Nobel da Paz considerou que "é hora de agir, de parar de fazer condenações vazias e de adotar sanções políticas e económicas contra o regime criminoso de Kigali".
O ginecologista, de 69 anos, que foi candidato presidencial nas eleições de 2023, divulgou esta mensagem depois de a RDCongo ter retirado a sua equipa diplomática do Ruanda e ordenado que a embaixada ruandesa em Kinshasa cessasse as operações devido ao conflito envolvendo o M23 no leste do país.
Esta informação foi veiculada pelo Governo congolês numa nota verbal tornada pública no sábado.
As tensões diplomáticas entre os dois países vizinhos têm vindo a aumentar após os combates entre o M23 e o exército congolês que se intensificaram esta semana no leste da RDCongo, apoiados por milícias aliadas.
Num sinal de crescente preocupação internacional, o Conselho de Segurança da ONU deve reunir-se hoje para discutir a crise, uma reunião inicialmente agendada para segunda-feira.
Os rebeldes anunciaram na sexta-feira que estão a avançar em direção a Goma, a capital estratégica da província congolesa de Kivu do Norte.
Embora as autoridades ruandesas neguem qualquer suposta colaboração entre Kigali e o M23, esta situação foi já confirmada pelas Nações Unidas.
Por sua vez, o Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de cooperar com o grupo rebelde Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), fundado em 2000 pelos líderes do genocídio de 1994 e outros ruandeses exilados na RDCongo para recuperar o poder político.
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