João Lourenço divulgou a mensagem na sua página de uma rede social por ocasião da data comemorativa do Dia da Paz e Reconciliação em África.
"Continuamos a observar, com muita tristeza, uma perigosa tendência para pormos de lado, de forma ligeira, os valores da irmandade e da solidariedade africana e agirmos contra os próprios interesses de África e dos seus povos, criando fatores de instabilidade e de insegurança, por se descurar a força e a importância do diálogo e das soluções diplomáticas como a única via aceitável para dissipar tensões e evitar guerras que geram e agravam a pobreza, associada à enorme massa de deslocados e refugiados que daí derivam", salientou o chefe de Estado.
O Presidente angolano diz que os "maus exemplos desta conduta reprovável em África" colocam os seus mentores nas páginas menos gloriosas de África "como os promotores de tragédias humanas" condenáveis.
Exortou assim as lideranças cujo envolvimento direto ou indireto são capazes de fazer a diferença, "a trabalharem em prol da paz e da reconciliação no continente africano", em particular no Leste da República Democrática do Congo (RDCongo), o Sudão e a região do Sahel.
O chefe do executivo angolano tem agido como mediador entre o Ruanda e a RDCongo nos esforços de pacificação do leste da RDCongo, onde o conflito se intensificou nos últimos dias.
João Lourenço destaca que os "pais fundadores" do nacionalismo africano lutaram por uma África unida e próspera, após conquistarem a independência, vendo "com grande preocupação" que, seis décadas depois do início da autodeterminação dos povos africanos, o continente enfrente desafios complexos decorrentes em parte dos conflitos armados.
Dirigindo-se aos seus "irmãos e irmãs africanos" o chefe de Estado angolano apelou a uma reflexão sobre o caminho percorrido e os desafios que continuam a enfrentar, para que se coloquem de lado as diferenças e se construa um caminho que conduza à paz, à estabilidade e à segurança.
RCR //ANP
Lusa/fim