
A Polónia anunciou ontem ter lançado uma campanha de informação no estrangeiro para dissuadir os migrantes de tentarem entrar na União Europeia (UE) atravessando a sua fronteira com a Bielorrússia.
O Governo polaco acusa a Bielorrússia e a sua aliada Rússia de organizarem um afluxo de migrantes à sua fronteira, no âmbito de uma operação híbrida destinada a desestabilizar a UE.
Em março, Varsóvia anunciou a adoção de legislação limitando o direito de asilo, uma medida que visava desencorajar os migrantes.
"A Polónia está a proteger eficazmente as suas fronteiras. Lançámos uma campanha de informação no Afeganistão, na Etiópia, na Eritreia, na Somália, no Paquistão e no Egito dirigida aos imigrantes ilegais", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Radoslaw Sikorski, na rede social X.
O ministro partilhou um vídeo da campanha, que mostra guardas fronteiriços polacos a escoltar pessoas, assim como outras imagens, como cães a ladrar, sinais de proibição de passagem, algemas e dinheiro.
"Se alguém atravessar a fronteira ilegalmente, não poderá ser-lhe concedido asilo", explica o comentador destas imagens em pashtun, língua falada no Afeganistão e no Paquistão.
"Aqueles que vos prometeram uma vida próspera na Europa não se preocupam com a vossa felicidade, só estão interessados no vosso dinheiro", adverte.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco, Pawel Wronski, assegurou que o objetivo desta campanha de informação é que "as pessoas não percam o seu dinheiro e a sua saúde".
Em 2022, a Polónia construiu uma vedação de cinco metros de altura ao longo dos seus 186 quilómetros de fronteira com a Bielorrússia, equipada com milhares de câmaras e detetores de movimento para impedir a entrada ilegal de migrantes.