A polícia federal alemã impediu a entrada de mais de seis mil migrantes nas fronteiras terrestres, de acordo com as novas regras do governo do chanceler conservador Friedrich Merz, que assumiu o cargo em maio, anunciou esta terça-feira aquela instituição.

Entre 8 de maio e 30 de junho, um total de 6.193 pessoas foram "devolvidas diretamente na fronteira ou deportados", segundo um comunicado da polícia federal.

Dessas pessoas, 285 foram devolvidas mesmo tendo declarado a intenção de solicitar asilo, uma medida polémica introduzida pelo governo Merz, cuja legalidade já foi questionada por um tribunal de Berlim.

Setenta e nove pessoas, classificadas como "pertencentes a grupos vulneráveis", foram autorizadas a solicitar asilo em território alemão.

A polícia anunciou também a detenção, no mesmo período, de 274 suspeitos de tráfico e 1.517 pessoas com mandados de prisão ativos.

Os dados foram divulgados no mesmo dia em que o governo polaco anunciou a reintrodução de controlos na fronteira com a Alemanha, depois das tensões sobre a rejeição de migrantes terem aumentado nos últimos dias.

O chanceler alemão Friedrich Merz disse esta terça-feira que a Alemanha não devolve sumariamente os migrantes que já entraram no território alemão, refutando, assim, as acusações das autoridades polacas, que se recusam a receber de volta pessoas que não tenham comprovadamente passado pelo seu país.

Com LUSA