Não foi o último evento, mas foi em jeito de despedida que Pedro Ramos interveio ao início desta tarde nas comemorações alusivas ao Dia Mundial da Saúde no Colégio dos Jesuítas, no Funchal, lançando um olhar à saúde na Região desde 1976, passando naturalmente pelos nove anos em que desempenhou o papel de secretário regional da Saúde e Protecção Civil. Com a saída anunciada, uma vez que não vai ser reconduzido, disse que há mais gente para continuar. “Podemos abraçar outros desafios e continuar a servir a Madeira”, declarou, e apontou os caminhos e o foco para quem vier a seguir. Garante que não perdeu nada com estes anos de serviço público, “só ganhei’, declarou à margem da sua intervenção pública e que em termos de carreira é agora tempo de parar e refectir. O médico-cirurgião não voltará à prática médica. “Estou mais virado agora para a organização e planificação de cuidados de saúde”, afirmou.

A última presença de Pedro Ramos na qualidade de secretário regional será na próxima quarta-feira, no lançamento de um livro do gastroenterologista José Velosa, ‘Viver e morrer na época do romantismo’. Antes, no mesmo dia, estará em Machico em representação do Governo Regional num evento da Liga dos Combatentes. Mas foi ontem no seu meio, perante uma plateia onde reuniu a direcção clínica e várias direcções, entidades públicas, militares e civis que discursou e foi aplaudido de pé.

Na recta final como secretário, disse que os melhores resultados são os que revelam os dados estatísticos da evolução da saúde na Madeira. Acredita que a Saúde na Região precisa nos próximos anos de “continuar a motivar decisores, prestadores e utilizadores através de uma melhor literacia e através de melhores lideranças”, aspectos que focou no discurso que leu ao longo de 40 minutos.

Da sua parte, o tempo agora é para reflectir. “Foram nove anos muito intensos em que enriqueci a minha vida colaborando com aqueles que trabalharam comigo. Passamos por uma pandemia, mas passamos por uma pandemia de uma forma positiva, foi isso que os outros disseram, e que permitiu também à Região recuperar sob o ponto de vista económico a sua actividade. E por isso o nosso papel está feito e partimos para outros desafios”, afirmou.

Em relação ao não retorno à prática, diz que tem acompanhado, que continua atento, mas que “por respeito aos profissionais e por respeito à população” não pode reiniciar uma actividade em que esteve parado dez anos. Questionado concretamente em relação a presidir a uma possível comissão de instalação do Hospital Central e Universitário da Madeira, Pedro Ramos remete para Miguel Albuquerque: dependerá do Presidente do Governo, respondeu.