"O balanço é muito positivo, desde logo pelo número de visitantes, recebemos até agora, ao fim de três semanas, 200 mil visitantes", afirmou a responsável em declarações à Lusa.

A Expo em Osaka arrancou em 13 de abril e termina em 13 de outubro.

"Tínhamos pensado receber uma média de 7.000 visitantes por dia e, na verdade, estamos a atingir os 9.000", adiantou, referindo que este é um aspeto que deixa a organização muito satisfeita, mas não é o único fator.

"É também o grau satisfação do visitante", acrescenta Joana Gomes Cardoso.

Quanto à nacionalidade dos visitantes, a comissária-geral não tem dados exatos, mas "claramente" grande parte são japoneses, como a Lusa constatou no local.

Mas talvez por a Expo 2025 Osaka ter arrancado por altura da Páscoa "tivemos grupos de portugueses, mais do que alguma vez imaginámos", apareciam assim "aos 50", muitos disseram sentir "um grande orgulho" no final da visita, confidenciou.

Joana Gomes Cardoso falava na véspera do Dia Nacional de Portugal, Dia Mundial da Língua Portuguesa e Dia da Criança no Japão, que é assinalado na segunda-feira, 05 de maio.

"Amanhã vamos ter o que Portugal melhor tem", asseverou, apontando a inauguração da Exposição Siza, dedicada à obra do arquiteto Álvaro Siza Vieira, que é "muito conhecido no Japão e no mundo".

A exposição tem a curadoria do arquiteto e crítico espanhol Carlos Quintanas Eiras, é realizada em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian.

Conta ainda com Dino D'Santiago, que traz "um Portugal contemporâneo", para assinalar a língua portuguesa e, à noite, haverá um concerto de tributo a Amália Rodrigues com Ana Moura, Camané, Ricardo Ribeiro.

"A Amália Rodrigues foi a artista que Portugal trouxe à Expo Osaka de 1970, vamos lhe prestar homenagem" através destes músicos.

No fundo, trata-se de fazer uma ponte de 55 anos entre a primeira expo de 1970 e a deste ano, em Osaka. "Quisemos prestar essa homenagem", à semelhança do que foi feito em 01 de maio com Carlos Paredes, "um outro artista que esteve presente na Expo Osaka de 1970 e que celebra agora o seu centenário", apontou.

Aliás, "temos tentado fazer uma ponte entre aquilo que é o Portugal contemporâneo, artistas como Dino D'Santiago", entre outros que ao longo de seis meses vão atuar, sem esquecer aqueles que foram e são ainda as "grandes referências" como Carlos Paredes e Amália Rodrigues, sublinhou a comissária-geral.

Mas também é feita uma outra ponte, com a Expo98, que se realizou em Lisboa e teve como pano de fundo os oceanos. A deste ano, em Osaka, tem como tema "Oceano, diálogo azul".

"É assumida essa ligação, quisemos ao ter este tema 'Oceano, diálogo azul', por um lado homenagear a relação histórica que existe entre Portugal e o Japão, e que tem quase 500 anos e que foi feita pelo mar", elencou.

"Sem dúvida, homenagear a Expo98 que lança o tema do oceano para a agenda internacional e depois responder ao repto desta expo que era desenhar as cidades do futuro", prosseguiu a responsável.

Até porque o "futuro tem de ser construído através da proteção do oceano e foi isso, acima de tudo, que quisemos transmitir com esta representação nacional", acrescentou.

Além disso, há a "ligação feliz", entre o Oceanário de Lisboa que nasce de uma exposição, "da Expo98 e há a coincidência de ser o mesmo arquiteto do grande aquário de Osaka", um facto que deixa o público visitante "muito curioso", relatou.

O Dia Nacional de Portugal na Expo2025 contará ainda a presença da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues.

Para o Dia de Portugal (10 de junho), Portugal assinalará o dia com um concerto da fadista Carminho, que recentemente fez uma digressão por várias cidades japonesas. Além disso, para assinalar o Dia de Camões, haverá uma ação em conjunto com o Turismo de Portugal ligado ao turismo literário.

O pavilhão de Portugal, da autoria do arquiteto japonês, Kengo Kuma, tem 1.800 metros quadrados e conta com duas salas multiúsos, um terraço, duas áreas de exposição permanente e uma loja.

O investimento global é de cerca de 21 milhões de euros.

*** Alexandra Luís (texto) e Hugo Fragata (vídeo), da agência Lusa ***

*** Os jornalistas viajaram a convite da AICEP ***