O número de cidadãos estrangeiros provenientes dos chamados países indostânicos (Nepal, Bangladesh, Paquistão, Sri Lanka, ou Butão) tem vindo a aumentar no último ano.

Essa é, para já, apenas uma constatação empírica, já que os dados de 2023, os últimos divulgados pela AIMA - Agência para a Integração Migrações e Asilo, dão conta de que na lista dos 10 países com comunidades estão sobretudo países da União Europeia, com o Nepal a surgir em 10.º lugar.

Em 2023, nós tínhamos cerca de 14 mil estrangeiros a residir na Madeira, provenientes de 123 nacionalidades, sendo as primeias três da Venezuela, do Brasil e do Reino Unido. Depois, este também me parece ser um dado relevante que os madeirenses devem conhecer é que no top 10 das nacionalidades mais representativas, eram quase todas de cidadãos da União Europeia. Portanto, não vinham de outras proveniências. Só em 10.º lugar é que aparecia o Nepal. Antes disso, aparecia a Alemanha, Itália, França... Sancho Gomes, director regional das Comunidades e Cooperação Externa

Mas, a divulgação dos dados relativos a 2024, que deve acontecer na próxima semana, devem trazer novidades em relação à realidade migratória regional. Isso mesmo deixou antecer Sancho Gomes, confiante de que o número de estrangeiros a residir na Região terá crescido.

O director regional das Comunidades e Cooperação Externa, estrutura do Governo Regional que trata destas matérias, diz mesmo que "percepcionámos isso nas ruas", não deixando, ao mesmo tempo, de notar que essa é a realidade sentida, também, a nível nacional, pelo que na Madeira não deverá ser diferente.

Sem entrar em especulações, aquele responsável refere que "o número de cidadãos provenientes daquele subcontinente asiático do Indostão, tem vindo a aumentar. Esta é uma percepção empírica, é aquilo que vemos nas ruas, todavia ainda não temos dados estatísticos". Mas, Sancho Gomes realça que "esses cidadãos vêm para cá porque, de facto, a economia necessita", notando que muitas dessas pessoas vêm suprir a falta de mão-de-obra em algumas áreas, como a hotelaria, restauração ou construção civil.

O director regional enfatiza, também, que muitos desses cidadãos que vêm para a Madeira já residem ou em território nacional ou no espaço Schengen, não vindo directamente dos seus países de origem. Desta forma, escolhem a Região pela disponibilidade de emprego, contribuindo, assim, para o "desenvolvimentos regional" e para o aumento do PIB.

Como prioridade, aquele organismo público coloca uma mais adequada gestão do que diz ser o "encontro de civilizações" e de culturas. Nesse sentido, têm sido promovidos cursos de língia portuguesa para cidadãos daqueles países e estão em preparação cursos de cultura portuguesa.

Aos jornalistas, Sancho Gomes deu nota do encontro que manteve, recentemente, com a Cônsul-geral da secção consular da Embaixada da Ucrânia em Portugal.

Nesse âmbito, o director regional realçou que 350 antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, em Fevereiro de 2022. Mas esse número subiu substancialmente depois da Guerra, sendo que, neste momento, contam-se cerca de 1.250, já que aproximadamente 900 cidadãos daquele país chegaram à Madeira no decorrer do conflito, beneficiando de estatuto de protecção internacional.

Também junto destes cidadãos, o papel da Direcção Regional das Comunidades e Cooperação Externa e de outros organismos públicos regionais tem sido no sentido de "garantir que a integração seja tranquila", envolvendo, nesse trabalho, o movimento associativo.